por Wendell Barros, diretor do Sindicato das Seguradoras Norte e Nordeste (Sindsegnne)
Existem vários fatores que ditam a necessidade do investimento em inovação no mercado segurador, porém, na minha opinião, o mais importante deles é o consumidor. Nosso público está cada vez mais exigente e consciente de suas reais necessidades, ampliando seu conhecimento através da grande disponibilidade e facilidade de informações, além de buscar soluções personalizadas e adequadas a sua realidade. Isso exige de todo o ecossistema o desenvolvimento de produtos, processos, serviços, canais de comunicação e relacionamento que atendam a esta demanda.
Observamos o reflexo disso na evolução de diversos players do mercado, tais como seguradoras que investiram em desenvolvimento de processos digitais, a exemplo de consultas médicas virtuais, telemetria, processos de vistoria e sinistros de forma digital, desenvolvimento de aplicativos, inteligência artificial nos canais de comunicação e criação de novos modelos de negócios.
No mesmo caminho, os corretores de seguros estão investindo cada vez mais em sistemas de gestão de negócios, ferramentas de apoio à comercialização, como multicálculo, aperfeiçoando o relacionamento com clientes pelos mais diversos canais de comunicação, quer seja com as redes sociais ou com a utilização de leads para captação de novos negócios. Além disso, estão sempre em busca de atualização com capacitação através de ambientes digitais, eventos com lideranças e entidades de mercado e visitas virtuais através de ferramentas de videoconferência.
Os órgãos reguladores, por sua vez, promoveram mudanças regulatórias significativas, como a necessidade de controle, manuseio e utilização de dados por meio da LGPD – Lei Geral de Proteção de Dados. Assim como o atual processo de desenvolvimento do Open Insurance, que pretende, entre suas inovações, o compartilhamento de dados entre seguradoras e terceiros e o frequente surgimento de novas startups, conhecidas como Insurtechs.
Esses são apenas alguns exemplos da inovação do mercado segurador, que influenciam a maneira de se relacionar com clientes, a adequação de processos e utilização da tecnologia como suporte. Uma curiosidade é que observo uma forte evidência de desenvolvimento de profissionais que no passado utilizaram equipamentos como telex, polaroids e máquinas de escrever e hoje armazenam dados em nuvem.
Entendo que a inovação é fator preponderante para o contínuo crescimento do setor, assim como a certeza de que todos que fazem parte desse mercado têm a necessidade de aprender sempre, pois para acompanhar as inovações precisaremos, cada vez mais, de profissionais capacitados. Afinal, como disse Alvin Toffler, “o analfabeto do século XXI não será aquele que não consegue ler e escrever, mas aquele que não consegue aprender, desaprender e reaprender”.