O primeiro trimestre de 2022 foi marcado por um vigoroso crescimento do mercado de Títulos de Capitalização – em linha com a previsão feita pela Federação Nacional de Capitalização (FenaCap) no final de 2021. O resultado positivo em todos os Estados brasileiros fez o setor atingir R$ 6,7 bilhões em receita, alta de 15,91% sobre igual período de 2021, de acordo com os dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep). As reservas técnicas, que medem a robustez financeira do setor, avançaram 4,1% para o maior patamar da história: R$ 33,8 bilhões.
Por regiões, o Nordeste apresentou o maior crescimento (25,77%), seguido do Centro-Oeste (24,73%), do Norte (23,99%), do Sul (17,46%) e do Sudeste (11,84%). Outro ponto importante verificado no período foi o aumento dos recursos pagos em resgates e sorteios, um relevante incremento e injeção de recursos à economia, cujo montante atingiu R$ 5 bilhões (+3,4%) nos resgates, e R$ 347 milhões (+6,8%) nos sorteios.
Marcelo Farinha, presidente da FenaCap, explica que a grande capacidade de se acoplar a outros produtos e às demandas de praticamente todos os segmentos de negócios tem sido o diferencial para que a Capitalização retome a performance verificada antes da pandemia da Covid-19.
“A indústria cresceu e se consolidou porque desenvolveu uma grande capacidade de criar soluções de negócios com sorteios voltadas para o atendimento de necessidades específicas de outros segmentos da economia, consumidores e grupos sociais distintos. Diversificou produtos, canais, meios de pagamento, condições de preço, prazo, volumes e valores de sorteios”, complementa o presidente.
Os títulos tradicionais de Capitalização continuam liderando as vendas, seguidos pela modalidade de Filantropia Premiável, Instrumento de Garantia, Incentivo, Popular e Compra Programada. Mas o destaque tem sido as modalidades trazidas a partir do novo marco regulatório de 2018.
Neste cenário, os títulos de Filantropia Premiável – em que o consumidor cede o direito do resgate de sua reserva para uma instituição previamente credenciada pelas empresas de Capitalização, permanecendo com o direito de concorrer a prêmios – apresentou a melhor performance: cresceu 24,5% sobre igual trimestre de 2021, com receita de R$ 750 milhões. A modalidade, que recentemente teve as regras aprovadas pelo Congresso e sancionadas pela Presidência da República (por meio da Lei 14.332), direcionou um volume de recursos de R$ 383 milhões às organizações filantrópicas no primeiro trimestre de 2022.
Para Marcelo Farinha, aprimorar os mecanismos de relacionamento com o consumidor e oferecer soluções mais ágeis e completas serão determinantes para a sustentabilidade do mercado em níveis positivos de crescimento. “Nossa aposta é estimular um ambiente de inovação e geração de negócios, valorizando ainda mais o papel resiliente e fundamental do nosso setor para a disciplina financeira. É preciso reforçar a Capitalização como segmento que promove negócios com aspecto lúdico dos sorteios. Contamos, assim, com o apoio das 16 associadas, que é vital nesta jornada de compreensão das necessidades das pessoas”, finaliza.