Revista Segurador Brasil

Encontro setorial em Manaus destaca performance do seguro

@RELLSANTOSOFICIAL

Evento reuniu corretores, securitários e profissionais de seguros em geral

A Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) e o Sindicato das Seguradoras Norte e Nordeste (Sindsegnne) promoveram,  em Manaus, um Encontro Setorial com lideranças do mercado segurador do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima. Na ocasião, foi apresentada a visão geral do setor segurador na região no primeiro trimestre de 2024, que foi marcado pela maior procura por produtos oferecidos pelas seguradoras, bem como a sugestão de criação do Seguro Social contra Catástrofe, em análise pelo Governo Federal.

Nos últimos anos, a sociedade tem lidado com o aumento da frequência e da gravidade dos eventos climáticos deixando um rastro de destruição com deslizamentos de terra, desmoronamentos de casas, enchentes, milhares de desabrigados e vítimas fatais. A luz dos acontecimentos como o ocorrido no Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Bahia, Pernambuco e em outros estados brasileiros, a Confederação tem reforçado a importância de um seguro social para auxiliar as famílias.

O Seguro Social contra Catástrofe prevê a indenização emergencial de R$ 15 mil por moradia, além de R$ 5 mil em caso de falecimento, pagos via Pix logo após a decretação do estado de calamidade pelas autoridades competentes. A proposta seria subsidiada por cobrança de R$ 3 por mês na conta de energia elétrica. As pessoas registradas no CadÚnico estariam isentas, mas também teriam direito as mesmas coberturas.

Para se ter uma ideia, nos últimos 10 anos, segundo dados da Confederação Nacional de Municípios (CNM), mais de 90% dos municípios brasileiros foram afetados por algum incidente climático. Dyogo Oliveira, presidente da CNseg, alertou que a sociedade precisa utilizar esses momentos para refletir sobre como vai lidar com esses fenômenos.

O executivo frisou que as populações mais vulneráveis são as mais impactadas pelos eventos climáticos e o Seguro Social contra Catástrofe pode redistribuir a conta. “O setor de seguros será pressionado a responder, ou criamos um mecanismo ou sofreremos uma grande cobrança da sociedade”. Dyogo também acrescentou que, hoje, algumas regiões já estão tendo problemas, como Flórida e Califórnia, por terem grande incidência de eventos climáticos, o que não ocorre no Brasil. “É perfeitamente possível incorporar os riscos climáticos no nosso produto”.

A ocasião também foi oportuna para citar a atuação das seguradoras no Rio Grande do Sul. Um levantamento divulgado pela Confederação, já havia apontado a estimativa de pagamentos de indenizações na casa de R$ 1,6 bilhão. “Esse número será ainda maior, mas isso não é problema, pois as seguradoras possuem reservas técnicas, provisões matemáticas e recursos em caixa para enfrentar essa situação”. Além deste, outros tópicos importantes que estão na agenda prioritária do setor também foram citados como a Reforma Tributária, o PLC 29/2027, a Sustentabilidade e o Seguro Rural.

O presidente da Confederação também mostrou um panorama do setor segurador da Região Norte. De acordo com o último levantamento da CNseg, nos três primeiros meses de 2024 foram pagos mais de R$ 626,1 milhões em indenizações na Região Norte, excluindo Tocantins, alta de 27,1% se comparado com 2023. O destaque ficou por conta do seguro Automóvel, que cresceu 12,2%, com R$ 137,6 milhões, e da Capitalização que retornou aos segurados R$ 235,9 milhões, avanço de 5,6%, em resgates e sorteios.

Em paralelo, considerando os mesmos estados e o mesmo período, o setor arrecadou mais de R$ 2,6 bilhões, uma alta de 13,8% em relação ao ano passado. Até março, o segmento de Riscos Financeiros, que reúne o produto de crédito, garantia e o Fiança Locatícia, acumulou R$ 40,7 milhões em arrecadação, crescendo 127,8% na região; com R$ 53,9 milhões, o Garantia Estendida avançou em 9,0%. Na segmentação dos estados nortistas, o Pará teve a maior participação na arrecadação da região, com 45,1%, seguido pelo Amazonas, com 28,0%. Rondônia, Acre, Roraima e Amapá completam o ranking.

AMAZONAS

No primeiro trimestre de 2024, o setor segurador arrecadou R$ 649,4 milhões, registrando um crescimento de 7,3%. Nesse período, o segmento de Garantia Estendida apresentou um avanço de 15,7% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, atingindo R$18,0 milhões. Já os seguros Patrimoniais, que englobam as categorias de Condomínio, Residencial e Empresarial, cresceram 9,7%, passando de R$ 54,0 milhões para R$ 59,2 milhões. Em termos de indenizações, foram desembolsados aproximadamente R$ 136,6 milhões. O destaque foi para o seguro Habitacional, obrigatório em financiamentos imobiliários, que registrou um aumento de 27,0%, totalizando R$ 2,5 milhões.

ACRE

No Acre, o mercado segurador desembolsou cerca de R$ 26,1 milhões em indenizações, avanço de 10,7%. Os principais destaques foram o seguro Automóvel, com um aumento de 93,2%, totalizando mais de R$ 4,1 milhões, e a Capitalização, que somou R$ 13,1 milhões, um crescimento de 9,0%. Paralelamente, foram arrecadados R$ 105,6 milhões, registrando um aumento de 6,3%. Os segmentos com melhores desempenhos foram: o Patrimonial, com R$ 4,4 milhões e um avanço de 35,1%, e o seguro de Vida, com R$ 6,9 bilhões e um aumento de 4,3%.

AMAPÁ

O mercado segurador amapaense desembolsou cerca de R$ 21,2 milhões em indenizações, um aumento de 12,4%. Nesse período, os principais destaques foram o seguro Automóvel, com um crescimento de 46,9%, totalizando cerca de R$ 2,5 milhões, e a Capitalização, que somou R$ 10,4 milhões, um avanço de 15,0%. Simultaneamente, foram arrecadados R$ 87,1 milhões, representando um aumento de 26,2%. Os segmentos com os melhores desempenhos foram: o Patrimonial, com R$ 4,3 milhões e um crescimento de 110,4%, e o Automóvel, com R$ 4,1 milhões e um avanço de 16,8%.

PARÁ

O setor segurador do Pará desembolsou cerca de R$ 310,3 milhões em indenizações, registrando um crescimento de 100,2%. Os destaques foram o seguro Automóvel, com um aumento de 8,1%, totalizando mais de R$ 78,6 milhões, e o seguro de Vida, que alcançou R$ 26,5 milhões, um aumento de 132,6%. Ao mesmo tempo, foram arrecadados mais de R$ 1,3 bilhão, um crescimento de 18,6%. Os segmentos com melhor desempenho foram: Riscos Financeiros, que teve alta de 126,6% com o total de R$ 17,0 milhões; e o Prestamista, utilizado para quitação de empréstimos e prestações, que somou R$ 109,2 milhões, crescendo 55,5%.

RONDÔNIA

Em Rondônia, as seguradoras pagaram mais de R$ 110,1 milhões em indenizações, um aumento de 31,9%. Os destaques foram o seguro Automóvel, com um crescimento de 39,5%, totalizando quase R$ 28,0 milhões; o seguro Prestamista, que alcançou R$ 8,8 milhões, um aumento de 73,8%; e a Capitalização, com um avanço de 26,9%, somando R$ 41,7 milhões. Simultaneamente, foram arrecadados R$ 414,1 milhões, representando um aumento de 10,6%. Entre os segmentos com melhor desempenho, destacam-se: o Crédito, com R$ 2,5 milhões e um avanço de 76,8%; o Vida, com R$ 23,8 milhões e um crescimento de 10,4%; e o Prestamista, com R$ 39,7 milhões e um aumento de 21,5%.

RORAIMA

O mercado de seguros de Roraima desembolsou mais de R$ 21,8 milhões em indenizações, destacando-se o seguro Automóvel, com um aumento de 66,4%, totalizando mais de R$ 3,2 milhões; a Capitalização, que somou R$ 11,8 milhões, um avanço de 38,6%; e o Habitacional, com R$ 587,3 mil, registrando um aumento de 156,6%. Simultaneamente, foram arrecadados R$ 85,0 milhões, representando um crescimento de 10,9%. Entre os segmentos com melhor desempenho, destacam-se o Residencial, com R$ 1,3 milhão e um crescimento de 24,1%; e o Crédito com um aumento de 85,5%, totalizando R$ 590 mil.

Para o presidente do Sindsegnne, Ronaldo Dalcin, que também participou do encontro setorial, Manaus é uma praça extremamente importante para a região sindical e o engajamento massivo dos agentes locais é essencial para que o setor siga crescendo. “Estamos fazendo um trabalho muito oportuno de escuta ativa aos mercados principalmente porque a região Norte tem necessidades diferentes de outras regiões. Precisamos, enquanto sindicato, entender essas necessidades e conduzir esses assuntos para que possamos prover soluções e melhorias na qualidade dos serviços prestados”, afirma.

Ronaldo também reforçou a importância da comunicação com a sociedade e frisou o trabalho do Sindsegnne. “O Sindicato das Seguradoras Norte e Nordeste tem trabalhado em prol de disseminar cada vez mais o conhecimento de seguros para a população, através de algumas ações, como a simplificação da linguagem em nossas redes sociais, aproximação da imprensa não especializada com pautas de maior interesse para a sociedade e a realização de encontros como esse, em conjunto com a CNseg. Temos a reponsabilidade de desmistificar o tema “seguro” e demonstrar para a sociedade todos os benefícios que ele tem. Por isso, afirmo com muita convicção: este sim, é um investimento indispensável a todas as famílias brasileiras”.

O painel de apresentações contou ainda com a presença do presidente Sindicato dos Corretores de Seguros do Amazonas e Roraima (Sincor-AM/RR), Érico Parente. “Foi com grande entusiasmo que recebemos o segundo encontro setorial na região Norte, desta vez em Manaus. Uma oportunidade ímpar para reunirmos os principais atores do mercado de seguros, discutindo tendências e soluções inovadoras e, ao mesmo tempo, fortalecendo as redes de colaboração entre corretores, seguradoras e demais profissionais do setor”, apontou Parente.

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