Revista Segurador Brasil

Mesmo na crise, brasileiro não abre mão de plano de saúde

Mesmo em meio à forte crise causada pela pandemia, os planos de saúde brasileiros registraram aumento de 560 mil beneficiários em 2020. Trata-se de alta de 1,2%, a primeira no setor desde 2014, conforme prévia de dados divulgada hoje pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). Apenas no mês de dezembro, foram 179 mil novos beneficiários na saúde suplementar. São agora 47,6 milhões de pessoas atendidas.

Segundo Vera Valente (foto), diretora executiva da FenaSaúde, “o resultado positivo demonstra que as pessoas, cada vez mais, reconhecem a importância da saúde suplementar e, mesmo em meio a uma crise como a atual, buscam acesso à qualidade da assistência prestada pelos planos e seguros de saúde privados”.

O intuito das operadoras da saúde suplementar é que ainda mais usuários possam contar com um plano de saúde privado. Esse tem sido o esforço das empresas associadas à FenaSaúde, no sentido de tornar seus produtos mais aderentes às necessidades de uma população heterogênea como a nossa e mais acessíveis num mercado de trabalho cada vez mais marcado pela informalidade.

Alta da sinistralidade

O ‘Boletim Covid-19’, divulgado pela ANS, também mostrou que, em dezembro, a utilização dos planos de saúde pelos beneficiários voltou a subir e superou o patamar de um ano antes.

Isso significa que os beneficiários estão usando o sistema privado mais do que usavam antes da pandemia, revertendo a expressiva queda relacionada com o novo coronavírus registrada no primeiro semestre do ano passado.

A sinistralidade – isto é, o percentual de receita operacional da saúde suplementar consumida para pagar os custos de assistência – chegou a 80% no último mês de 2020. Em junho passado, batera no piso de 62%, conforme a ANS.

Como exemplos, em dezembro a ocupação de leitos para atendimento à covid-19 alcançou o maior índice do ano e, pela primeira vez em 2020, a taxa de ocupação geral de leitos ficou acima do verificado no mesmo período em 2019. Serviços de apoio diagnóstico cresceram mais de 9% em relação a um ano antes.

Queda nas reclamações

A ANS também informou que, em dezembro, houve queda de 15,2% no total de demandas de reclamação de consumidores (assistenciais e não-assistenciais) registradas nos seus canais de atendimento em comparação ao mês anterior. Especificamente nos casos relacionados ao coronavírus, a redução desde julho chega a 66%, para apenas 1.173 reclamações num universo de 47,6 milhões de usuários.

Registre-se também que, segundo a ANS, 1,7 milhão de exames do tipo RT-PCR para detecção da covid e 235 mil exames sorológicos de identificação de anticorpos da doença foram cobertos pelos planos desde o início da pandemia.

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