Revista Segurador Brasil

O caráter estratégico do setor e os produtos mais procurados

A guinada digital do setor, o papel do seguro na proteção dos mais variados riscos em tempos de enormes incertezas e infortúnios provocados pela pandemia, a condição de destacado investidor institucional, além de dicas de coberturas relevantes para cada estágio da vida das pessoas, foram alguns dos temas abordados pelo presidente da Confederação Nacional das Seguradoras – CNseg, Marcio Coriolano (foto), em entrevista ao programa “Almoço do Mynews” veiculado pelo Canal Mynews (YouTube).

Marcio Coriolano disse que as inovações tecnológicas fazem parte da rotina do setor há alguns anos, permitindo que o processo ocorresse sem sobressaltos na fase de restrição da mobilidade para conter a disseminação da pandemia. “Uma semana após a declaração da pandemia, a grande maioria dos funcionários das seguradoras estava em home office. Demonstramos que o setor de seguros não é obsoleto”, afirmou ele, para quem a pandemia apenas acelerou práticas tecnológicas que já estavam incorporadas pelo setor segurador.

Para o presidente da CNseg, as inovações são necessárias para melhorar a jornada do cliente, cada vez mais refratário à burocracia e à morosidade. Ao mesmo tempo, permitem que os clientes mais previdentes e cautelosos recorram à compra à distância das mais variadas coberturas, ampliando a gama de proteção para os tempos de grandes incertezas e adversidades.

Marcio reconheceu, contudo, que o brasileiro ainda não consome muito seguro mas que a pandemia despertou um sentimento inédito de aversão ao risco inédito. A certa altura, ele deu algumas dicas que deveriam estar no radar das pessoas, como o seguro educação para que os filhos possam prosseguir estudos em escolas privadas no caso de morte ou invalidez dos responsáveis. Segundo ele, tem o seguro de Vida e de Saúde após o casamento, para amparar a família e filhos em caso de infortúnio, além do seguro Auto e Residencial para a fase de aquisição de patrimônio. E, sempre, os planos de previdência privada para permitir a acumulação de rendas para o futuro.

Ao ser demandado para abordar o microsseguro, o presidente da CNseg  informou que sua progressão não se deu no nível esperado, mas considera positivo o debate que se dá nesse momento com o órgão supervisor, para ajustar seu marco regulatório e atingir de forma mais efetiva o consumidor de baixa renda. E disse o como: combinar a regra de proporcionalidade da regulação das seguradoras com a criação de um produto de “microsseguro inclusivo”.

Na avaliação de Marcio Coriolano, o País tem pouco conhecimento da importância do seguro. E afirmou: “O setor segurador, mesmo com suas recorrentes taxas de crescimento nos últimos 10 anos, na casa de dois dígitos em termos nominais, na média, ainda não encontra no País a correspondente cultura de seguros”. E falou especialmente da condição do setor de agente de fomento – as seguradoras acumularam reservas técnicas da ordem de R$ 1,2 trilhão, mantidas em investimentos regulados pelo Banco Central. “Essa cifra, que responde por 27% da dívida pública, ajuda o País a se financiar, desonerando o Estado, estimulando o mutualismo e atribuindo ao cidadão brasileiro participação ativa nos seus próprios destinos.”

Marcio Coriolano afirmou que o setor de seguros está pronto para todos os desafios que estão no entorno, não só a pandemia, mas também os eventos climáticos extremos, tornando-se segmento estratégico para um crescimento mais sustentado do País e em prol da resiliência do conjunto da sociedade.

Sair da versão mobile