Mais de dois anos após o primeiro caso registrado de contaminação pelo novo coronavírus no Brasil, quase metade (45%) dos brasileiros afirmou não se sentir preparado para enfrentar outras situações inesperadas como a pandemia. Outros 28% disseram estar parcialmente em condições de passar por eventos similares e apenas 27% se sentem totalmente prontos para viverem uma situação semelhante.
Questionados acerca dos impactos da Covid-19 em suas vidas, 62% dos entrevistados afirmaram dar mais valor às pessoas que amam. Sobre o que fizeram ou estão fazendo para proteção de si e da família de situações adversas, 23% afirmaram ter começado a guardar algum dinheiro; outros 17% disseram ter contratado um seguro (6% deles escolheu o seguro de vida) e 11% não tomou nenhuma atitude para se proteger da doença.
É o que revelou um estudo inédito, encomendada pela Federação Nacional de Previdência Privada e Vida – Fenaprevi ao Instituto Datafolha, que buscou avaliar a percepção dos brasileiros sobre os impactos da Covid-19 na sua vida e as percepções sobre proteção, planejamento e seguros.
A pesquisa foi realizada entre 18 de novembro e 01 de dezembro de 2021, e ouviu 2023 pessoas em todo o país (com 18 anos ou mais), com destaque à classe C que possui 48% dos representantes. Ainda sobre o universo da amostra, 73% dela é formada por pessoas economicamente ativas (PEA); 27% por não ativos sendo, na maioria, aposentados (15%). A média de idade das pessoas ouvidas é 44 anos, e 69% têm filhos. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
Lições da pandemia
“A pesquisa nos evidenciou uma maior preocupação das famílias com proteção e planejamento, que não necessariamente se transforma em ação. Existe uma dificuldade em se pensar no amanhã e por outras teorias que vão da nossa memória inflacionária à falta de renda disponível, até motivações sociológicas como de ser feliz vivendo o hoje, sem pensar no amanhã”, analisa Edson Franco (foto), presidente da Fenaprevi.
Ele explica que embora os sentimentos de medo e insegurança tenham crescido com a pandemia, essa nova percepção dos cidadãos ainda não se refletiu, de fato, em atitudes concretas. Por isso também defende a necessidade de um debate mais amplo acerca da importância da proteção à renda dentro de um projeto de educação financeira voltado à população. “O mercado segurador tem muito a contribuir, tanto em termos da ampla gama de soluções já disponíveis, como difundindo a cultura de proteção e planejamento”, complementa Edson Franco.
“Na Fenaprevi trabalharemos incansavelmente para debater esse tema na imprensa, nas mídias sociais e junto aos presidenciáveis, com o objetivo de levar informação de qualidade ao maior número de pessoas possível, e influenciar políticas públicas para que o seguro cumpra seu importante papel como instrumento do desenvolvimento econômico e social do país. Essa é nossa vocação, missão e razão de existir”, encerra o presidente da Federação.
Os temores em relação ao futuro
Entre os sentimentos surgidos a partir da crise sanitária se sobrepõem, primeiramente, o grande medo de deixar a família sem condições de se manter (relatado especialmente pelos homens); e o de não ter como pagar tratamento médico para si e os seus. Essa última preocupação, somada à de não ter moradia, foi a mais citada também entre as mulheres participantes. Os homens ainda receiam não conseguir se sustentar por problemas de saúde e, ou, perder o emprego.
Quando inquiridos sobre o que pensam em fazer para se prevenir ou diminuir riscos, 52% citaram “poupar” ou “investir”, enquanto 35% mencionaram a contratação de um seguro ou plano de previdência. Os seguros são mais frequentemente citados entre as alternativas dos entrevistados que se preocupam com acesso a atendimento médico e a morte de um familiar.