O faturamento da indústria brasileira aumentou 0,4% em setembro frente a agosto na série livre de influências sazonais. Foi o quarto mês consecutivo que o indicador registra crescimento e acumula uma alta de 2,1% no período. “Desde 2014 o faturamento não registrada quatro meses consecutivos de alta”, destaca a pesquisa Indicadores Industriais de setembro, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Mesmo com os aumentos sucessivos, o faturamento da indústria apresenta queda de 1,7% no acumulado de janeiro a setembro em relação ao mesmo período do ano passado. Além disso, em setembro, os demais indicadores não tiveram o mesmo desempenho do faturamento. As horas trabalhadas na produção registraram leve queda de 0,2% frente a agosto na série livre de influências sazonais, e a utilização da capacidade instalada ficou estável em 78%.
A evolução dos indicadores de mercado de trabalho também foi moderada. O emprego e o rendimento médio do trabalhador ficaram estáveis e a massa real de salários aumentou 0,4% em setembro na comparação com agosto, na série livre de influências sazonais. Isso confirma que a recuperação da indústria brasileira continua em ritmo lento.
FALTA COMPETITIVDADE – “O aumento da demanda ainda é insuficiente para sustentar um aumento contínuo da atividade industrial. Há meses mais positivos e outros nem tanto”, afirma o economista da CNI Marcelo Azevedo. Ele explica que o aumento do ritmo de atividade depende a melhoria da competitividade do setor.
“Adicionalmente, nem todo o aumento da demanda se traduz em aumento da atividade industrial doméstica, uma vez que a indústria enfrenta uma série de dificuldades com logística, infraestrutura, burocracia, elevada carga tributária. Tudo isso aumenta os custos e reduz a competitividade”, completa Azevedo.
Com o fraco desempenho do setor, os números da indústria em 2019 estão próximos dos registrados em 2018. “Ao se comparar o acumulado entre janeiro e setembro de 2019 e de 2018, a maioria dos índices registra queda”, afirma a CNI. Nesta base de comparação, as horas trabalhadas na produção caíram 0,2%, o emprego recuou 0,3%, a massa real de salários diminuiu 1,5% e o rendimento médio real do trabalhador encolheu 1,3%. Só a média utilização da capacidade instalada em 2019 está 0,1 ponto percentual maior do que a média de 2018.