O isolamento prolongado e as restrições de deslocamento durante a pandemia da Covid-19 têm aumentado a vontade do brasileiro de poder voltar a viajar para fora do país. Segundo uma pesquisa encomendada pela Wise (ex-Transferwise) à Morning Consult, que ouviu viajantes internacionais brasileiros, três em cada cinco (62%) afirmam sentir mais vontade de viajar para o exterior agora do que nunca, e 28% estão planejando realizar uma viagem para o exterior nos próximos seis meses.
Quase todos os respondentes (90%) afirmam que a pandemia os impediu de viajar para o exterior tanto quanto normalmente viajariam. Entre as principais saudades de ir ao exterior, aprender sobre diferentes países e culturas aparece em primeiro lugar (69%), seguido de visitar novos pontos turísticos, como museus e igrejas (65%), e vivenciar outros ambientes que não encontram em seu país (61%). O perfil que mais pretende viajar para fora do país nos próximos seis meses é de homens (32%), aqueles com renda acima de R$ 10 mil (37%) e os que têm entre 18 e 54 anos (60%).
As experiências positivas ocasionadas pelas viagens internacionais são quase uma unanimidade entre os brasileiros – 89% concordam que elas proporcionaram algumas das melhores memórias da vida. E quase todos (88%) também dizem que à medida que as coisas voltam ao normal, viajar internacionalmente é uma das coisas que mais esperam fazer.
A pesquisa foi realizada em agosto, com 500 viajantes internacionais em todo o Brasil. O levantamento também entrevistou a mesma amostragem nos Estados Unidos e no Canadá. Os resultados da pesquisa completa têm uma margem de erro de mais ou menos 4 pontos percentuais.
Variante Delta afeta planos dos viajantes
Entre os brasileiros, cerca de metade (48%) afirma que a variante Delta os deixou pelo menos um pouco menos confortável para realizar viagens internacionais. Porém, o desconforto de viajar com a variante Delta circulando é maior entre canadenses (58%) e americanos (55%).
Mas outras inquietações relacionadas à pandemia também estão presentes nas respostas. Os brasileiros são os mais preocupados (67%) com o desafio de garantir saúde e segurança em viagens internacionais, incluindo precauções com a Covid-19, em comparação com os americanos (60%) e os canadenses (57%).
Além do impacto da pandemia devido às regras de quarentena e restrições de fronteira, a crise econômica também tem afetado o retorno às viagens internacionais para os brasileiros. Mais de dois em cada três (70%) apontam que a recente instabilidade financeira os tornou menos capazes de fazer viagens internacionais.
Taxas de câmbio infladas desafiam brasileiros
Não há consenso entre os países quanto aos principais desafios financeiros de uma viagem para o exterior. Os brasileiros apontam as taxas de câmbio infladas (60%) como a maior dificuldade – ela só aparece em sexto para os americanos, que apontam alterações e atrasos inesperados no itinerário (46%) como um dos principais transtornos financeiros. Já os canadenses consideram o preço do hotel (46%) entre os maiores desafios financeiros ao viajar internacionalmente. A conversão de moedas também é outro incômodo cambial que desafia financeiramente mais os brasileiros (32%) que os americanos (27%) e canadenses (17%).
Para estratégias de gerenciamento de dinheiro no exterior, a maioria dos viajantes brasileiros internacionais (62%) usa um cartão de crédito ou débito que permite o pagamento em moedas locais; entre aqueles que convertem dinheiro em moedas locais, a conversão antecipada é a estratégia preferida no Brasil e no Canadá (ambos com 55%).