Sandbox segunda edição – o que esperar?

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por Newton Queiroz (*)

Não se pode negar que a Susep vem buscando inovar a indústria de seguros nos últimos anos, tendo este movimento ganhado força máxima a partir de 2018 com a chegada de uma nova diretoria executiva que trouxe consigo a visão de transformação no setor.

Dentro destas ações, uma das mais discutidas foi o chamado Sandbox que, em sua primeira edição, selecionou 11 projetos inovadores dentro dos pré-requisitos estabelecidos pela autarquia, sendo que 4 já estão efetivamente operando e, apesar de o tempo destas operações ser curto, a visão é de que o resultado tem sido positivo e os frutos seguirão sendo colhidos durante os próximos anos.

Muitas discussões a respeito das operações escolhidas na primeira edição do Sandbox ainda ocorrerão e é difícil prever seus resultados e quantas iniciativas estarão presentes no mercado daqui a 5 anos. De toda forma, vemos um movimento geral da indústria em busca de inovação, eficiência e melhoria na experiencia do cliente, sendo que essa busca se acentuou com a ação da Susep – uma vez que houve a necessidade de mudanças rápidas com a chegada de novos players e suas visões disruptivas.

Independente de concordar ou não, todo o mercado sentiu a necessidade de mover-se ainda mais rápido para estar mais ajustado à realidade atual do cliente, com produtos mais simples, novas ofertas e uma experiência mais digital e eficiente. Este movimento do mercado tradicional, junto às iniciativas escolhidas no Sandbox 1, resultou em uma mudança no setor que já era necessária há tempos e em vários âmbitos. Inclusive é possível arriscar dizer que os benefícios foram além dos esperados pela própria autarquia quando definiu o projeto.

Foram esses benefícios que levaram à criação do Sandbox 2, apresentado há pouco mais de dois meses. Nesta edição, a ideia será aprovar até 15 projetos inovadores, que de uma maneira geral apresentem novos produtos, serviços ou melhoria na distribuição por meio de novas tecnologias e metodologias.

Quando analisamos de forma macro, tanto a primeira quanto a segunda versão do Sandbox são muito parecidas no que se refere às condições de participação, transmitindo a ideia de continuidade em relação à proposta inicial. Mesmo contemplando ajustes pontuais, em sua essência, as edições são similares.

O que realmente será ponto-chave para definir o foco desta edição de agora será a escolha dos projetos por parte do regulador. Enquanto na primeira versão a inovação de produtos e melhoria na experiencia do cliente fizeram a diferença – e até mesmo na forma geral com que o mercado se comportou – desta vez, sem renunciar à inovação, o foco deveria ser em produtos que atendam a setores não amparados pela indústria de seguros nos dias de hoje, ou seja, produtos simples e de baixo custo, porém eficientes no que tange à proteção de seu público-alvo. Importante esclarecer que para chegar a esse público, a inovação principal não tem de ser especificamente em tecnologia e sim no produto em si, com precificação e simplicidade do modelo de contratação e indenização.

É importante lembrar que para obter a inclusão de novos segmentos da sociedade na indústria de seguros, precisamos entender suas necessidades e como de fato efetuam suas compras cotidianas para inserir a proteção nesta cesta. Isso sem deixar de notar que nem todos têm acesso à internet, smartphone, cartão de crédito e outros pontos, que trazem outros desafios e que demandam iniciativas para solucioná-los.

A partir dos projetos escolhidos, poderemos conhecer o principal foco desta segunda edição do Sandbox, assim como seus benefícios imediatos ao mercado.

(*) Newton Queiroz é CEO da Europ Assistance Brasil

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