Liberty Seguros explica operação de venda da companhia no Brasil

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Em seu 4º Trocando Ideias de 2023, a União dos Corretores de Seguros (UCS) recebeu a Liberty Seguros, representada pelo vice-presidente Comercial, Marcos Machini, e pelo diretor Comercial, Francisco Alvarez Filho. O vice-presidente Marcos Machini disse que a empresa continuará atuando como segunda marca de sua nova detentora, a HDI Seguros, e que o cenário é de otimismo

O presidente da UCS, Augusto Esteves, destacou a importância da aproximação com a Liberty, uma das principais seguradoras brasileiras, especialmente neste momento em que passa por uma operação de venda para a HDI Seguros. “A casa está aberta, os corretores mais tradicionais como eu são gratos pela forma como vocês conduzem a empresa desde a centenária Paulista de Seguros, e queremos entender os novos rumos para continuarmos trabalhando juntos”, disse à equipe da Liberty.

Marcos Machini explicou por que vendeu, se a companhia vinha bem, com rentabilidade acima da média de mercado. “Seguros é um negócio de capital, então para ser grande no mercado americano é preciso ter capital. As maiores companhias americanas têm todo seu capital nos Estados Unidos. Por isso, a Liberty, que hoje é a terceira maior companhia americana e quer ser a primeira em seguros de varejo, decidiu começar a adquirir empresas”, disse.

Segundo o vice-presidente, a Liberty nasceu como seguradora de venda direta, mas passou a reconhecer no canal corretor o caminho para o crescimento. “Há 15 anos a Liberty encomendou uma grande pesquisa para a McKinsey que mostrava que o mercado americano de seguros, que talvez seja o maior em venda direta, não crescia na venda direta, mas sim no canal corretor. A primeira companhia que a Liberty comprou era a terceira maior de corretores do mercado americano, porque quando ela decidiu crescer buscou comprar companhias que trabalhavam com corretores. De lá para cá a Liberty comprou quatro companhias de atuação com corretores para poder crescer”, relatou.

“A Liberty era a quinta, se tornou terceira e agora quer ser a primeira no mercado americano. Para isso, ela precisa comprar mais empresas, e agora precisa de bastante dinheiro, por isso vendeu no Brasil, porque a operação aqui é rentável. Essa operação rendeu cerca de US$ 3 bilhões para a Liberty”.

Machini também explicou por que a HDI comprou. “A HDI tem origem alemã e o mercado europeu de seguros é totalmente inverso do mercado americano no que diz respeito a capital. As maiores companhias do mercado europeu têm mais de 50% de seus negócios fora de seu país de origem, a HDI tem 56% de seu faturamento fora da Alemanha. Para essas companhias crescerem, têm que ir para fora do mercado local, por isso compraram, e elegeram que América Latina é o ponto focal deles”.

Essa operação forma a segunda maior companhia do mercado brasileiro. “É uma companhia que se forma já muito grande. A decisão da HDI é manter a Liberty como segunda marca. Teremos duas marcas e iremos decidir o que há de melhor em cada uma para levar para a outra”, contou o palestrante.

Para ele, o cenário é de otimismo. “Os sistemas das duas seguradoras irão continuar, não precisa de migração forçada. Também irá melhorar na autonomia, a HDI é extremamente autônoma em suas decisões, que são feitas localmente.  E seguros, além de ser um negócio de capital, é de escala também, porque é importante ter muitos dados para ofertar o melhor preço, ter massa para viabilizar a aceitação de riscos. Logicamente, concentração a ponto de não poder ofertar produtos é ruim, mas o mercado brasileiro está longe de ser concentrado, tem muitas companhias atuando nos diversos ramos”, completou.

Francisco Alvarez Filho apresentou toda a estrutura e equipe responsável pelo atendimento de corretores da Liberty em São Paulo. “Acompanho o quanto a UCS tem contribuído para aprimorar o dia a dia do nosso mercado, desde sua criação, há 19 anos. Aprendi, nos 42 anos que estou no setor, que negócios e seguros fazemos com quem confiamos, então é fundamental esta aproximação da nossa companhia com os corretores”, declarou.

Foto: (E/D) Francisco Alvarez Filho, Marcos Machini e Augusto Esteves

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