Em sua 3ª edição, o Dinheiro Seguro, programa da GRTV, canal voltado para o gerenciamento de riscos, recebeu a economista da Coface, Patrícia Krause para falar sobre o encontro sobre riscos dos países, realizado no mês de fevereiro. Apresentado pelo jornalista especializado em seguros, Paulo Alexandre, o programa também conta com a participação especial do Consultor Econômico, Francisco Galiza. Em suas considerações iniciais, o executivo comentou a gravidade do atual cenário econômico.
“No ano passado, a queda do PIB no Brasil elevada. Embora os números ainda não estejam fechados, sabemos que foi algo em torno de 4,5%. Para 2021 as expectativas variam de 3% a 3,5%, dependendo da entidade que está divulgando a sua previsão”, revelou.
Durante o encontro de economistas, um dos aspectos levantados foi a questão das exportações na América Latina. Segundo Patrícia Krause, o ritmo de recuperação da economia mundial deve ser superior ao dos países latino americanos. “Isso deve ajudar o comércio exterior dessas economias em comparação com a sua demanda doméstica. Além disso, a região é uma grande produtora de commodities”, disse a executiva, acrescentando que observa-se no mercado a recuperação dos preços das commodities nos últimos meses, principalmente as ligadas a mineração e as agrícolas.
Outro ponto importante abordado no evento é a questão de mercados. Nas últimas décadas a China vinha ganhando participação. Olhando para a América Latina, com exceção do México, hoje o país é o principal destino das exportações. E esse é um movimento que ganhou ainda mais força no último ano e deve continuar crescendo fortemente nos próximos. “Esse ano nossa estimativa é de um crescimento de 7,5%”, contou.
Outro ponto abordado pela economista da Coface em sua exposição refere-se ao auxílio financeiro aos mais necessitados que muitos governos têm oferecido. Tal iniciativa tem suscitado questionamentos sobre até que ponto os países podem seguir em termos de endividamento. “Nessa crise, governos mundo afora anunciaram pacotes de estímulos sem precedentes. Os que chamam mais atenção em geral são os de países desenvolvidos porque sabemos que os custos de financiamentos são diferentes do caso do Brasil e demais países da América Latina, que são economias emergentes”, destacou.
Na visão da entrevistada, o Brasil é um caso que claramente diverge de seus pares. Embora a dívida nacional seja em moeda doméstica, ela é muito alta. Saiu de 74% em 2019 para 89% no último ano. Isso ajudou bastante a economia a se manter. De acordo com Patrícia, nesse momento é necessário endereçar reformas das coisas que aumentam a confiança, que estimulam o crescimento do PIB. Com medida, talvez o valor total da dívida seja aumentado, mas o percentual do PIB não sofra grandes impactos.
Diante do atual cenário econômico, social e político, a executiva destaca a importância dos produtos de proteção de recebíveis para alavancar as vendas. “Nesse momento, o seguro de crédito ajuda bastante. Já no que diz respeito à proteção de risco, a Coface tem uma base de dados muito rica e única. Com ela, o cliente tem mais opinião de crédito, a nossa percepção de risco em relação ao que acontece com os demais clientes”, concluiu.
Confira a entrevista na íntegra: