Em sua quinta edição, o Trato Legal recebeu o presidente da CNSeg, Marcio Coriolano, e trouxe um resumo dos painéis da Conseguro relativos à proteção de dados. Apresentado por Paulo Alexandre e com a participação do consultor econômico, Francisco Galiza, o programa é uma produção da GRTV, canal de debate e notícias relacionados à gerência de riscos.
Realizado pela Confederação Nacional das seguradoras (CNSeg), o Conseguro é o maior evento do mercado segurador. Sua décima edição contou com cerca de mais de 6 mil inscritos, 100 palestrantes e 26 painéis em sua programação. Foram cinco dias de evento baseado no tripé, transformação digital, futuro do trabalho e wellness (“bem-estar”). Dessa vez, o tema da conferência foi “Inovando com o mercado e com você”. “O legado desse evento é tão relevante que nos levou a produção de uma série de 8 programas na GRTV”, contou Paulo Alexandre.
Durante sua participação, Francisco Galiza fez comentários sobre os painéis que abordaram segurança cibernética e LGPD. Em relação ao primeiro, ele destacou pontos como os valores elevados, a importância da circular 638 da SUSEP e a necessidade de as seguradoras trocarem experiências entre sim. “O último ponto desse painel é relativo a coberturas mais eficientes no futuro. Existe uma consciência na seguradora que existe um caminho a ser percorrido no que se refere o desenvolvimento de coberturas ligadas a ataques cibernéticos. É um processo. As empresas estão aprendendo e isso vai levar a uma melhora muito grande da eficiência do seguro nessa cobertura em questão”, diz
Para o consultor, o segundo painel – “LGPD conversa com o judiciário”, também foi extremamente interessante. Em sua opinião, os três pontos que mais chamaram a atenção são: consenso de que os desafios são muito grandes e está havendo uma construção de novos paradigmas; sugestão para que a CNSeg crie um código de conduta nessa área; recomendação para que as empresas estreitem o relacionamento com o regulador para que haja diminuição das judicializações dos fatos.
“Um ponto importante a ser destacado é que felizmente a CNSeg estava acompanhando a LGPD desde o seu início. A segunda questão é que essa é ainda de certa maneira uma obra em aberto, o que tem pontos positivos e desafiadores”, disse Márcio Coriolano. Para ele, o ponto positivo é que como ela não prescreve abre-se uma certa dúvida. Abre-se também uma oportunidade para que cada setor possa solicitar e trabalhar em flexibilizações que tenham mais a ver com o seu.
Na visão do executivo, a diferença entre o mercado de seguros e qualquer outro ramo de atividade é óbvia. Sua grande matéria prima são os dados pessoais. “Mostrar essas diferenças, trabalhar com isso é muito desafiador. Adaptar as condições do mercado, fazer com que as autoridades entendam a necessidade disso e poder fazer chegar mais perto da nossa atividade para que não restem dúvidas, para que os administradores fiquem tranquilos em relação as responsabilidades, será um processo contínuo enquanto esta lei não estiver devidamente consolidada”, explicou.
Sobre os Riscos Cibernéticos o entrevistado esclareceu que eles vão muito além da LGPD. Também enfatizou que, na verdade, o risco não se multiplicou. “Não é apenas o risco contra o equipamento, contra suas informações. É inclusive extorsão e sequestro. Então o mercado já aumentou a cobertura para alcançar o volume de riscos que a nova virtualidade de informações traz, demonstrando a maturidade da indústria”, concluiu.
Confira a entrevista na íntegra: