O mercado de seguros está evoluindo rapidamente, sendo impulsionado pelo uso de novas tecnologias que desburocratizam cotações, contratações de seguros e gestão pós-venda. De acordo com Fabio Damasceno, diretor de agronegócio da FF Seguros, essa corrida tecnológica está se intensificando especialmente no campo. “As corretoras do agro vêm evoluindo mais rápido do que o mercado médio de corretores. Os nossos corretores trazem novas opções de ferramentas e isso até vem mudando a nossa estratégia de inserção no mercado”, conta.
O desenvolvimento tecnológico é uma peça fundamental para a comercialização de seguros rurais porque as corretoras ganham independência operacional, agilidade, e isso facilita o pós-venda. “As tecnologias permitem guardar documentos, melhorar o acompanhamento das atividades e ainda integrar o seguro com a oferta de crédito de instituições bancárias”, explica Damasceno.
Segundo o diretor, o seguro ainda é visto como uma “commodity” no Brasil, ou seja, algo padronizado e sem personalidade. No entanto, o objetivo da FF Seguros é justamente inovar para tirar o produto dessa “vala comum”. “Estamos investindo bastante em tecnologia para prestar um serviço mais interessante e com valor agregado. Cada vez mais, os seguros vão se moldar aos produtores”, diz.
A ideia é que cada apólice seja única, com características e precificação de acordo com o perfil de cada produtor e histórico de produção na sua fazenda. A adoção de ferramentas de agricultura de precisão e plataformas inteligentes que monitoram informações tais quais imagens de satélite e dados de solo vão permitir atingir esse objetivo.
Pensando nisso, a FF Seguros está ampliando a parceria firmada com a empresa de agricultura de precisão Farmers Edge, visando ofertar novas soluções aos agricultores que favoreçam a contratação de seguro. “A ferramenta já está disponível para corretores, dando acesso às imagens de satélite e dados de clima. A partir de agora, vamos implementar e fornecer dados da análise fenológica dos cultivos e experimentar a telemetria das máquinas para o seguro, de forma a melhorar o serviço para o produtor”, conta Damasceno.
O papel dos corretores
Esse contexto também serve para valorizar a importância da presença de corretores no campo. “Os corretores que atuam com produtos rurais tendem a ser mais especializados. Geralmente eles se dedicam integralmente ao seguro agrícola, de maquinário, entre outros, e normalmente estão muito próximos do cliente”, diz Damasceno. Essa proximidade facilita o acompanhamento das safras e traz benefícios para o relacionamento entre produtor, corretora e seguradora.
Por essa razão, a tendência também é que o investimento em treinamentos e capacitações avance. Em 2022, a FF Seguros vai lançar um projeto de treinamentos específicos para os corretores do agro e capacitações para os peritos de campo. A missão, tanto da seguradora quanto das corretoras, é tentar entender ao máximo as necessidades dos produtores e os ciclos dos negócios agropecuários. “A minha dica, principalmente para os corretores, é trabalhar na identificação do potencial da base de clientes que o corretor já tem, avaliando como poderia ampliar o atendimento ao produtor”, recomenda Damasceno.
De acordo com o gerente comercial de agronegócio da FF Seguros, Diego Caputo, a seguradora está investindo em estruturação de distribuição de seguros e em melhorias dos seus canais de comunicação com os parceiros. “No próximo ano, teremos uma nova estrutura de apoio que será mais interessante para o corretor. Visamos entender como o corretor enxerga a seguradora e investir em parcerias duradouras”, diz o gerente.
Segundo Damasceno, essa estratégia de valorização do corretor consequentemente vai beneficiar o cliente. “O corretor é um representante do segurado. Ele é uma peça fundamental para a distribuição do seguro, já que ele faz a apresentação do produto e tira dúvidas. No momento mais delicado da relação, que é o sinistro, o corretor também é uma peça fundamental, responsável por levantar documentos dentro do prazo para que o processo ande corretamente”, diz Damasceno. Dessa forma, quanto mais capacitado estiver o corretor, melhor será o atendimento ao produtor rural.