Pesquisa realizada pela Fenacor indica que o mercado de seguros está mais otimista neste início de ano, mesmo diante das incertezas no cenário econômico e do agravamento da pandemia do coronavírus. Em janeiro, o Índice de Confiança e Expectativas do Setor de Seguros (ICSS), calculado a partir dessa pesquisa, subiu pelo quarto mês consecutivo, atingindo a marca de 119,9%. “A expectativa média atual das empresas do setor é a de que, com o avanço da vacinação ao longo do ano, a situação aos poucos vá se normalizando, com a consequente melhoria dos números econômicos”, comenta o consultor Francisco Galiza, responsável pela pesquisa.
A pesquisa indicou que o otimismo prevalece, principalmente, entre corretores e seguradores. Apenas os resseguradores demonstraram certo pessimismo quanto às perspectivas do setor para os próximos meses.
O Índice de Confiança e Expectativas das Seguradoras (ICES), por exemplo, aumentou para 120,7% em janeiro, 0.5 ponto percentual acima do apurado em dezembro do ano passado.
Os corretores de seguros estão ainda mais otimistas, como sinaliza o ICGC, (Índice de Confiança e Expectativas das Grandes Corretoras) que avançou para 125 neste mês de janeiro.
Em contrapartida, o ICER (Índice de Confiança e Expectativas das Resseguradoras) caiu de 114,2% para113,8% entre dezembro e janeiro.
A seguir, os últimos indicadores obtidos.
Indicador Set.20 Out.20 Nov.20 Dez.20 Jan.21
ICES 99,7 107,2 117,1 120,2 120,7
ICER 87,5 99,5 102,3 114,2 113,8
ICGC 105,7 111,1 115,8 124,5 125,4
ICSS 97,4 05,8 111,5 119,5 119,9
a) Crescimento da Economia Brasileira (projeção para os próximos 6 meses)
Avaliação (%) Seguradoras Corretoras Resseguradoras
Muito Melhor 0 0 17
Melhor 46 58 17
Igual 46 37 49
Pior 8 5 17
Muito Pior 0 0 0
Total 100 100 100
b) Rentabilidade do seu setor (projeção para os próximos 6 meses)
Avaliação (%) Seguradoras Corretoras Resseguradoras
Muito Melhor 0 0 0
Melhor 42 53 33
Igual 46 47 50
Pior 12 0 17
Muito Pior 0 0 0
Total 100 100 100
c) Faturamento do seu setor (projeção para os próximos 6 meses)
Avaliação (%) Seguradoras Corretoras Resseguradoras
Muito Melhor 8 0 0
Melhor 50 47 33
Igual 34 53 67
Pior 8 0 0
Muito Pior 0 0 0
Total 100 100 100
ICSS – VEJA COMO É CALCULADO:
O ICSS é um indicador mensal que mede a confiança do setor de seguros no Brasil. Esse indicador é o resultado de três variáveis: ICES (Índice de Confiança e Expectativas das Seguradoras), ICER (Índice de Confiança e Expectativas das Resseguradoras) e ICGC (Índice de Confiança das Grandes Corretoras).
– Em todos os finais de mês são enviadas perguntas simples, de múltipla escolha, em que as empresas dizem sobre o que esperam que aconteça nos próximos seis meses, com relação a algumas variáveis relevantes do setor. Ao todo, aproximadamente 100 companhias são entrevistadas em cada oportunidade.
– Embora todas as perguntas sejam de caráter institucional, as respostas das companhias não são divulgadas individualmente.
– No seu cálculo, o indicador leva em conta três aspectos: economia brasileira, faturamento e rentabilidade de cada um dos setores citados.
– A partir dessas informações, e após cálculos estatísticos, é definido esse índice, cujo valor varia de 0 a 200. O número 100, que divide o índice ao meio, sinaliza que a expectativa atual é que a situação permaneça a mesma no futuro. Por outro lado, quanto maior esse valor, mais otimista está o segmento; e vice-versa.
– O ICSS é divulgado em toda primeira semana de cada mês, tomando como referência os dados obtidos em pesquisa realizada na última semana do mês anterior.
– Essa metodologia segue um padrão similar ao existente em Indicadores de Confiança de outros setores econômicos – por exemplo, Índice McKinsey, Índice Fecap (IFECAP), Índice de Confiança do Comércio (ICEC), Índice de Confiança da Indústria (ICI), etc.
– Com o objetivo de mensurar com precisão a evolução das expectativas, as perguntas usadas no cálculo do ICSS são repetidas mensalmente.
– Em termos econômicos, o ICSS tem três objetivos principais:
* permitir a comparação com outros indicadores similares da economia (macroeconômicos e de setores específicos);
* torna-se uma fonte teórica e acadêmica;
* o próprio segmento avaliado e seus setores relacionados passam a compreender as expectativas atuais e, assim, podem entender melhor esse mercado e fazer com mais acuidade as suas previsões. Ilustração – Freepik