Open Banking e Open Insurance são temas do Café com Seguro

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Palestrantes discutem características e benefícios dos sistemas para os consumidores

Na última quarta-feira (29) a Academia Nacional de Seguros e Previdência – ANSP realizou o evento “Open Banking e Open Insurance – A visão integrada do Banco Central e Susep”. O webinar foi apresentado pelo presidente da Academia, João Marcelo dos Santos, e teve as participações do Diretor de Regulação do Banco Central do Brasil, Otávio Damaso, e do Diretor e do Chefe do Departamento de Tecnologia da Informação e Ccomunicação da SUSEP, Eduardo Fraga e Leonardo Brasil.

Open Finance

Na abertura, João Marcelo explicou que a compreensão da essência do Open Insurance passa necessariamente pela compreensão do Open Banking. Por sua vez, a compreensão da extensão do Open Banking no Brasil somente se revela plenamente a partir da compreensão do Open Insurance. Por isso a relevância de uma visão integrada do que deve ser tratado em conjunto como Open Finance. João Marcelo disse anda que, no Brasil, provavelmente teremos um Open Finance cuja amplitude e eficiência serão destaque no mundo.

Open Banking

Na visão de Damaso, o Open Banking é um assunto extremamente importante para o desenvolvimento dos mercados financeiro e bancário nos próximos anos, e junto com o Pix, é um dos principais itens da agenda de inovação do Banco Central. Também chamado de Open Finance, ele antevê, nos próximos 10 anos, uma mudança paradigmática no relacionamento do cliente com o mercado financeiro.

Seus dois principais pilares são: reconhecer que o cliente tem a disponibilidade e o controle dos seus dados e a padronização do processo de compartilhamento de dados e dos serviços financeiros. “Além de serem padronizadas, no Open Banking as informações serão transmitidas de forma eletrônica e rápida. Isso nos possibilita entregar serviços cada vez melhores, customizados para diferentes perfis de clientes, os principais beneficiados com essa transformação”, afirmou.

Segundo o Diretor, o Open Banking é um movimento global e tem sido adotado por várias jurisdições. O Reino Unido tem sido um dos principais benchmarks para a sua implementação no Brasil. “Temos um intercâmbio muito grande com os reguladores financeiros e de competição da Inglaterra. Muitas das coisas que estão sendo implementadas aqui no país são um aperfeiçoamento do modelo deles”, revelou.

Cada player, cada jurisdição tem um objetivo distinto. Alguns olham o enfoque de competição, outros de mais eficiência, outros de inclusão financeira e outros ainda como um processo natural de inovação. Entre as lições aprendidas com outros países e incorporadas ao sistema brasileiro, Damaso destaca o padrão único, definido por autoridade de governança central (Reino Unido), reciprocidade no compartilhamento (Austrália e Índia), padronização de cláusulas contratuais de parcerias comerciais (Cingapura e Hong Kong) e padrões técnicos definidos em ato normativo (México).

O Brasil incorporou inovações técnicas, tendo em vista o nosso ecossistema bancário, como por exemplo: informações sobre operações de crédito, serviço de encaminhamento de proposta de operação de crédito, escopo de dados mais amplo em fases posteriores (Open Finance) e a participação de todas as instituições, de forma mais ampla.

No Brasil, o Open Banking está sendo implementado de forma gradual em quatro fases. Sua evolução será constante com o desenvolvimento do próprio marcado. “Eu considero que a fase 1 do Open Banking tem sido um verdadeiro sucesso. E ela é a base para tudo o que vai ser oferecido nas demais fases. Como na fase 4 entra o seguro, o investimento e previdência complementar, teremos o que denominamos Open Finance. E essa é uma característica central do arcabouço geral que estamos implementando”, destacou.

Open Insurance

Na opinião de Eduardo Fraga, o fato de a Susep ter uma equipe dedicada ao tema do Open Finance e manter uma agenda de reuniões com o Banco Central demonstra que o conceito foi internalizado. “É um ambiente colaborativo e as fronteiras que no passado delimitavam até onde vai uma indústria e onde começa a outra foram estreitadas, principalmente da perspectiva do cliente”, disse.

Durante sua palestra, o Diretor reforçou algumas características do sistema, como a questão da segurança, o compartilhamento dos dados, o respeito à privacidade dos dados dos clientes, agilidade e a conveniência que essas ferramentas vão promover. Destacou, ainda, o binômio inovação e concorrência, que geram um verdadeiro círculo virtuoso.

“Um ponto que eu gostaria de reforçar é o da inclusão financeira. O acesso que essa ferramenta pode dar às pessoas sub ou desbancarizadas, além das que não são seguradas. Também gostaria de olhar por outro prisma a questão da inclusão financeira e da cidadania financeira”, indicou.

Outro ponto ressaltado por Eduardo foi que todos os compartilhamentos de dados seguem padrões de segurança muito fortes e só ocorrem com consentimento expresso e inequívoco do cliente. Segundo o executivo, o Open Finance não é uma iniciativa isolada na agenda do Banco Central nem da Susep. Ele impede que haja assimetrias no mercado de seguros e beneficia tanto os clientes (empresas e consumidores) que têm acesso a esse canal como também aqueles que não o utilizam.

Segundo Leonardo Brasil, a Susep comunica-se constantemente com os representantes do Banco Central sobre as lições aprendidas com a instituição durante o projeto. “Todas as vezes que temos reuniões com a equipe de tecnologia do Banco Central eu vejo como Brasil aprimorou o conceito do Open Banking em comparação com outros países”, afirmou.

De acordo com Leonardo, a SUSEP juntou-se ao Banco Central e está reutilizando toda a estrutura e o caminho percorrido por ele no projeto do Open Banking para desenvolver o Open Insurance. Assim, é premissa do Open Insurance interoperar com o Banco Central. “Os dois sistemas precisam conversar, até mesmo para encorajar o engajamento dos usuários. Essa conexão facilitará a criação do sistema de Open Finance, ambiente no qual as informações financeiras vão ser compartilhadas dentro de um ecossistema seguro, robusto e moderno”.

Adaptado à nossa realidade, o Open Finance vem com um arcabouço muito robusto e extremamente seguro, que possibilita o compartilhamento de dados bancários e de seguros entre seus participantes. “As características fundamentais do nosso projeto são começar simples, pensar simples e ser um ambiente seguro e padronizado”, concluiu.

Assista a live completa no canal da ANSP

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