Sucesso da EXPO ABGR 2019 aponta para futuro de progresso na gerência de riscos no Brasil

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Aconteceu nesta terça (12) e quarta-feira (13), a EXPO ABGR 2019, consagrada pelos participantes que lotaram as palestras, além de uma feira de negócios – composta por 21 expositores do mercado de risk management e seguros. No rastro do evento, o gerenciamento de riscos em seus diversos aspectos mostrou que a atividade no Brasil ganha a merecida projeção e virou alvo das corporações. Eis alguns dos assuntos discutidos:

Diversidade Aliada à Sustentabilidade nas Organizações

A palestra “Diversidade aliada à sustentabilidade nas organizações” discutiu a importância de cultivar a diversidade e a inclusão dentro das empresas. A mesa foi mediada por Marcia Ribeiro, diretora executiva da Associação das Mulheres do Mercado de Seguros (AMMS),  e contou com Maristella Iannuzzi, digital executive da CMI Business Transformation; Roberta Nascimento, risk manager da NOV, Francisco Vidigal Filho, o presidente da Sompo Seguros; Camila Calais, advogada e sócia do grupo Mattos Filho Advogados; e Simone Vizani, vice-presidente da AAMMS.

Projeto de Lei de Livre Iniciativa | Liberdade Econômica

A nova Lei da Liberdade Econômica, em vigor no Brasil desde o ano passado (nº 13.974, de 20 de setembro de 2019), também foi tema de plenária. A palestra abordou questões relevantes no sentido de impulsionar o mercado segurador para uma mudança de mindset, como a simplificação da atual regulamentação e a despadronização de produtos para possibilitar o desenvolvimento de novos negócios.

Com moderação de Walter Polido, sócio da Polido e Carvalho Consultoria em Seguros e Resseguros, contou com a participação de Cristina Tseimatzidis, head of surety and financial line da Lockton Brasil; João Di Girolamo Filho, head of surety Brazil da Swiss Re Corporate Solutions; Karini Madeira, superintendente de acompanhamento técnico da CNseg; e Marcelo Mansur, sócio da Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados.

Benefícios e impactos da reforma da Previdência

No painel que discutiu os “Benefícios e impactos da reforma da Previdência”, Marcelo Rossetti, superintendente Executivo da Bradesco Vida e Previdência, chamou a atenção para a mudanças demográficas. “Sem a reforma, em 2045, o Brasil gastaria 20% do PIB”, disse. Para Filipe Nicodemus, diretor de Benefícios na MDS Brasil, a previdência privada poderá ser utilizada nas empresas como um meio de garantir renda para os trabalhadores que permanecerem mais tempo trabalhando. Antonio Penteado Mendonça, sócio titular da Penteado Mendonça e Char Advocacia, disse que a população mais pobre não terá renda para comprar planos de previdência.

O Futuro e Tendências do Setor Logístico

Logística 4.0, Internet das Coisas, uso de drones, transportes autônomos, Blockchain e Big Data com aplicação na área de logística e Digital Twins foram as principais tendências abordadas na palestra “O Futuro e Tendências do Setor Logístico”, com mediação de Luciano Póvoa, gerente de riscos em transportes RCG da Herco Consultoria de Riscos.

Guilherme Brochmann, diretor de gerenciamento de risco LATAM da DHL; Luiz Carlos de Andrade, superintendente técnico da Lockton Brasil e Paulo Robson Alves, head of marine da AXA XL; também fizeram avaliação sobre a atuação do segmento na área de seguros, pontuando a necessidade de reinvenção frente aos novos riscos, processos de inovação e uso de tecnologia, incluindo a busca de alternativas que superem os desafios de infraestrutura no Brasil, como a falta de polos logísticos de qualidade, ferrovias inacabadas e as péssimas condições das estradas.

Engenharia de riscos – Loss Prevention

Poucas empresas possuem área de prevenção de perdas, segundo Carlos Cortés, Head Risk Engineering da Zurich. “A maioria tem apenas áreas de política de segurança e saúde ocupacional”, disse ele durante o painel que abordou o tema “Engenharia de Riscos e Loss Prevention”.

Cesar López, gerente da área de Engenharia de Riscos na MAPFRE Global Risks, destacou a importância do engenheiro para a avaliação de risco. “Porque o interesse é comum com as seguradoras”, disse. Empresas que investem em loss prevention oferecem maior retorno aos acionistas, segundo levantamento da Aon. Alexandre Botelho, diretor da Aon Brasil.

Saúde e Gestão de Riscos

O painel “Saúde e Gestão de Riscos” foi composto por Lenise Secchin, chefe de gabinete da Presidência da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS); Rodolfo Petrait, risk manager da Bosch; Heitor Augusto, diretor técnico e de relacionamento com clientes Saúde e Odonto da SulAmérica; e Gustavo Quintão, vice-presidente de Saúde e Benefícios da MDS Brasil; e mediada por Josafá Ferreira Primo, CEO da Salagah Gestão em Contratos de Seguros.

Na fala dos palestrantes, a transparência e a disponibilização de dados na área de saúde foram valorizadas. “Transparência é pilar para gestão de riscos”, afirmou Lenise Secchin, citando exemplos como a Lei de Acesso à Informação (LAI), que tem “acesso como regra, sigilo como exceção’’.

Transportes, Logística e Gerenciamento de Riscos

Christian Mendonça, Head of Insurance Brazil and South America da Norsk Hydro Brazil, mediou o painel “Transportes, Logística e Gerenciamento de Riscos”, com a presença de Letícia Toral, Gerente de Seguros da LDC; Marconi Peixoto, Coordenador de Gerenciamento de Riscos e Logística da Willis Towers Watson; e Valdo Alves, Diretor de Transportes da Tokio Marine Seguradora. O debate levantou questões relacionadas às boas prática e dinamismo da carteira, com highlights relevantes do ponto de vista do subscritor de risco do transporte e o papel em comum entre embarcadores e transportadores, que deve ser pautado pelo cuidado em relação à transferência de responsabilidade.

Mudanças Climáticas e Agronegócio

A palestra “Mudanças climáticas e agronegócio” também fez parte da programação da EXPO ABGR 2019 e discutiu se a pecuária e a agricultura podem ser consideradas vilãs para o meio ambiente. Para Carlos Branco, gerente regional de Seguros da Cargill Agrícola,”somos todos corresponsáveis’ pelas mudanças de clima no mundo”. Compuseram a mesa, ainda, Gabriel Lemos, head agro da Swiss Re Corporate Solutions; Miguel Almeida, head of agriculture da IRB Brasil RE; e Paulo Vitor Rodrigues, superintendente de Agronegócios da Lockton Brasil. A mediação foi feita por Cristina Weiss Tessari, coordenadora de Seguros Corporativos da CPFL Energia.

Política de seguros e salvados

Rodrigo Ávila, gerente de Riscos e Seguros na Suzano e vice-presidente da ABGR, disse que a política de seguros nas empresas deve contemplar todas as normas de contratação do seguro até como atuar em caso de sinistro. “Isso dá mais conforto ao gestor de riscos”, disse. Sobre os salvados, Julia Santoro, sócia da DR&A Advogados, destacou que para a seguradora servem para minimizar os efeitos do sinistros na carteira. Já o lucro com a venda de salvados pertence ao segurado, segundo ela. Sheila Garcia, diretora de Sinistros na Aon Brasil, contou que um segurado preferiu não reclamar o sinistro e vender o salvado, porque era mais vantajoso.

Cyber Risks e LGPD

Com mediação de Camila Calais, advogada e sócia da Mattos Filho, o painel “Cyber risks e LGPD’’ discutiu privacidade e mercado de seguros cibernéticos. Os palestrantes foram Alberto Bastos, sócio da Módulo S/A;  Claudio Macedo, fundador da Clamapi Seguros Cibernéticos; Marta Helena Schuh, head cyber insurance da Marsh Brasil; Fernando Saccon, superintendente de Linhas Financeiras da Zurich e Flavio Sá, gerente de linhas financeiras da AIG Seguros. Segundo Macedo, é necessário investir em segurança independentemente da Lei Geral de Proteção de Dados entrar ou não em vigor: “O risco operacional é maior do que a multa da LGPD”.

P&C – Property & Casualty e a nova maneira de encarar os riscos

Rodrigo Ávila mediou o painel “P&C – Property & Casualty e a nova maneira de encarar os desafios”. Os desafios da gestão de riscos para a carteira foram apresentados pelos especialistas em recortes específicos como, por exemplo, processos de avaliação de riscos e quais cenários devem ser considerados; evolução de ambientes econômicos e, com isso, o surgimento de novos riscos relacionados ao uso da tecnologia; adoção de melhores práticas e processos de inovação em tratamento de riscos, entre outros.

Participaram Carla Karwacka – gerente de Riscos e Seguros – Claro S.A.; Daniel Kaneko, superintendente de P&C da Lockton Brasil; Florian Lauebli, head CUO Office & Leader Platform Solutions da AXA XL; e Sidney Cezarino, diretor de Property, Riscos de Engenharia, Riscos Diversos e Energy – Tokio Marine.

Seguro e Risco Ambiental

Katia Papaioannou, superintendente de RC e Ambiental na Marsh Brasil, destacou a confusão que as empresas fazem ao contratarem a cobertura de poluição súbita na apólice de RC Geral. “Pensam que todos os riscos ambientais estão cobertos, mas não estão”, disse ela no painel que discutiu “Seguro e Risco Ambiental”. Para Ilan Kajan, diretor de Riscos Corporativos na Alper Consultoria em Seguros, o corretor deve atuar como consultor no seguro ambiental. “Ele deve se especializar nessa área”, disse.

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