A Fenaprevi realizou, em São Paulo, após dois anos de interrupção, a décima edição do Fórum Nacional de Seguro de Vida e Previdência Privada. O evento, que reúne a cada dois anos executivos, técnicos e especialistas do segmento, contou com forte adesão do público e discutiu temas como o papel do setor securitário e previdenciário durante a pandemia, bem como os desafios futuros da área, como o aumento da longevidade da população, as mudanças no mercado de trabalho e a adaptação dos produtos às tecnologias atuais.
“Para nós, a volta da realização presencial do Fórum Nacional de Seguro de Vida e Previdência Privada é algo simbolicamente muito forte, depois da crise que nosso setor enfrentou. Esta geração de líderes será lembrada no futuro como um grupo que ajudou de modo decisivo a sociedade a resistir um dos períodos mais difíceis da nossa existência, a despeito da segurança jurídica ou qualquer outro fator de proteção para as empresas. Nosso desafio agora é, com muita humildade, aplicar a experiência e adaptabilidade adquiridas para trilharmos um caminho mais seguro para o nosso setor”, destacou Edson Franco, presidente da Fenaprevi.
Na abertura do evento, conduzida por Franco, personalidades consideradas históricas do setor previdenciário trouxeram à memória fatos e pessoas que construíram o mercado ao longo das últimas décadas, sob o tema “A evolução do mercado de vida e previdência”. Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente do Conselho de Administração do Banco Bradesco, Osvaldo do Nascimento, membro do Conselho Curador da Fundação Itaú Unibanco de Educação e Cultura, e Nilton Molina, presidente do Conselho da seguradora MAG foram os participantes da conversa.
Enfrentamento da covid-19
Em seguida, o painel “Os impactos e as lições da pandemia: economia, saúde e comportamento” trouxe os bastidores do enfrentamento da maior crise sanitária do século e como as seguradoras se utilizaram de dados e do apoio da comunidade científica para se estruturarem para essa batalha. Thais Fonseca, doutora em Estatística, Professora do IM/UFRJ e Pesquisadora do Labma/UFRJ, Mauro Veras, médico consultor da Munich RE, Marcelo Neri, diretor da FGV Social e professor da FGV e Margareth Dalcolmo, pneumologista e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz – FIOCRUZ, trouxeram lições e reflexões, como os impactos sociais da pandemia, da “covid longa” para o setor e a possibilidade de novas epidemias no futuro.
Na conversa, um dos destaques foi o detalhamento do estudo de previsão de mortalidade fomentado pela Fenaprevi e conduzido pela equipe da professora Thais Fonseca, da UFRJ. Com o objetivo de dar mais segurança ao mercado, o estudo cruzou dados locais com o de outros países, considerando variáveis como as políticas de enfrentamento adotadas por cada país e as faixas etárias das carteiras de seguros de vida. O estudo comprovou a eficácia da vacinação para a redução do agravamento da doença e nas internações hospitalares, e relacionou a evolução da vacinação com a queda nos pedidos de indenização por covid.
Mais longevidade
Na segunda parte do evento, o painel “Longevidade e Planejamento – Ajustando as velas aos ventos: o que fazer para que seu dinheiro não acabe antes de vocês” discutiu, sob diversos pontos de vista, os desafios e oportunidades gerados pelo envelhecimento da população brasileira.
A conversa contou com a participação de Clea Klouri, sócia-fundadora do Data8 Hype 50+, Claudio Sanches, vice-presidente da Fenaprevi e presidente do Itaú Vida e Previdência, Guilherme Hinrichsen, vice-presidente da Fenaprevi e vice-presidente Regional SP da Icatu Seguros e Marcelo Malanga, diretor da Fenaprevi e CEO da Zurich Santander Seguros. A mediação ficou a cargo de Ângela Beatriz Assis, vice-presidente da Fenaprevi e presidente da Brasilprev. O Vice-presidente sênior de soluções de previdência e renda do Principal Financial Group, Sri Reddy, trouxe uma visão sobre as semelhanças e dicotomias do mercado norte-americano com o mercado local.
Jornada digital e analógica do cliente
O executivo da Principal Financial Group disse que o aumento da longevidade é um desafio para a indústria de previdência não apenas no Brasil, mas também nos Estados Unidos. Embora a longevidade e o período de uso dos benefícios tenham aumentado nos últimos anos, os valores pagos pelos futuros beneficiários ficaram estáveis. Segundo ele, décadas atrás, a expectativa de vida de alguém que se aposentava nos EUA era de 12 anos a mais. Hoje, está próxima de 20 anos.
O último painel do Fórum da Fenaprevi, em formato de debate, com moderação do vice-presidente da Fenaprevi e diretor-presidente da Bradesco Vida e Previdência, Jorge Nasser, reuniu também o presidente da entidade, Edson Franco; Dyogo Oliveira, diretor presidente da Confederação Nacional das Seguradoras – Cnseg; Armando Vergílio, presidente licenciado da Fenacor; e Patricia Freitas, vice-presidente sênior de Parcerias Estratégicas Multicanais da Prudential do Brasil. A mesa redonda teve como objetivo discutir as perspectivas para o setor de vida e previdência, elencando, na opinião de cada executivo, quais os maiores desafios e tendências para os próximos anos. O papel do novo corretor como um consultor de benefícios foi um dos destaques levantado por Jorge Nasser, mas assinalado por todos como de grande importância para a atração, retenção e o aperfeiçoamento do atendimento ao cliente e dos produtos e serviços disponíveis no mercado.