O presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), Marcio Coriolano (foto), comemorou a taxa de crescimento da arrecadação de 12,6% no setor, entre janeiro e outubro de 2019, muito superior à inflação do período e a maior dos últimos seis anos. O dado mostra que os desafios de 2018 foram superadas e abre espaço para uma previsão otimista para 2020. O discurso ocorreu em dezembro no Rio de Janeiro durante o encontro anual que reúne as principais lideranças do mercado de seguros e os dirigentes da FenSeg, FenaPrevi, FenaSaúde e FenaCap. Também estiveram presentes Solange Paiva Vieira, superintendente da Susep (Superintendência de Seguros Privados) e Leandro Fonseca, diretor-presidente da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).
“Tivemos marcos importantes que impulsionaram o mercado em 2019, como a votação da Reforma da Previdência e os novos marcos regulatórios que vão desde a Lei da liberdade Econômica até a prioridade dada, no Congresso Nacional, aos temas reformistas e a desregulamentação da economia. São mudanças que vão elevar o grau de competição entre agentes econômicos, gerando maior eficiência na vida nacional”, avaliou Coriolano.
O presidente da CNseg lembrou ainda que o setor se destacou pela resiliência, com aumento de eficiência operacional, ganhos de produtividade e solvência, o que ajudou a ampliar a base de seguros.
Durante a solenidade, Solange Vieira (Susep) lançou para as seguradoras o desafio de oferecerem produtos cada vez mais simples e específicos, com aumento da competição. O objetivo é estimular o crescimento do mercado com redução de preços nos serviços.
“Estamos trabalhando com regulamentações para facilitar que o mercado de seguros opere de forma mais simples na palma da mão e que grande parte das operações possam ser feitas pelo celular. O setor ainda tem muito a se desenvolver”, ponderou.
Já Leandro Fonseca (ANS) mostrou o amplo crescimento da adesão da população aos planos de saúde complementar, que hoje já asseguram 47 milhões de pessoas no país. “Temos ainda muito o que fazer para renovar o mercado e acredito que o crescimento econômico do país previsto para 2020 vai acelerar ainda mais a ampliação do número de segurados”, previu.
O presidente da Federação Nacional dos Seguros Gerais (FenSeg), Antonio Trindade, mostrou também otimismo com o atual cenário de juros e inflação baixos e espera um crescimento da arrecadação do setor de seguros gerais em 2020, visto que, em 2019, seu maior motor, que é o seguro de automóveis, foi muito impactado pela redução das vendas de veículos e, principalmente, pela “concorrência desleal das empresas de proteção veicular”.
Para o presidente da Federação Nacional de Previdência Privada (FenaPrevi), Jorge Nasser, 2019 foi desafiador, com várias adversidades, mas é preciso celebrar o crescimento gerado no período. Para ele, o cenário econômico do próximo ano exigirá foco no cliente, transparência e inovação. Os planos de previdência somam R$ 1 trilhão em suas reservas, o que aumenta a responsabilidade das empresas do setor. “Não somos gestores de fundos de investimentos. Somos gestores de planos que garantem a proteção das famílias e o planejamento da qualidade da qualidade de suas vidas”, avaliou.
O presidente da Federação Nacional de Saúde Suplementar, João Alceu Amoroso Lima, mostrou que o grande propósito da FenaSaúde é suscitar um amplo debate sobre a regulamentação da cobertura de forma a permitir a inclusão de um número cada vez mais expressivo da população nos planos de saúde.
Por sua vez, Marcelo Farinha, da Federação Nacional de Capitalização (FenaCap), mostrou que o mercado mudou completamente e comemorou o retorno do crescimento no patamar de dois dígitos. Ele também salientou a importância do novo marco regulatório do segmento de capitalização.