BR do Mar e o seguro de transportes

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por Tábata Chinaglia (*)

Uma breve análise sobre investimentos do Governo em infraestrutura mostra que a conta há tempos não fecha. Em um gigante como o Brasil, esses recursos não são suficientes para suprir toda a necessidade do país em levar cargas a todos que precisam. Entre os modais, as estradas estão mal conservadas, ferrovias sucateadas, portos e aeroportos pouco explorados, etc.  Ser uma empresa de transportes no Brasil, portanto, é um grande desafio desde sempre.

Dados da plataforma de serviços Fretebras indicam que houve um crescimento de 31% no volume total de fretes, na comparação entre os meses de maio e junho, principalmente para material de construção e industrializados – ainda um reflexo das mudanças de consumo e necessidades dos confinados em casa. O ‘leva e traz’ pelas estradas se mostrou resiliente durante a pandemia, sobretudo porque os brasileiros e as empresas se adaptaram às mudanças e impulsionaram o aumento do consumo online.

Aumento de frete é aquecimento da economia e as transportadoras, com isso, também souberam “virar a chave” e pensar soluções. Novos produtos vieram nessa demanda e o impacto foi menor do que o esperado. Agora, com a retomada da economia, o sinal volta a ficar verde para muitos mercados.

De carona nesse cenário, o volume de contratação do seguro de transportes, até setembro de 2020, segundo dados da Federação Nacional do Seguros Gerais (FenSeg), as apólices movimentaram R$ 2,5 bilhões. Esse é um reflexo de como as empresas estão fazendo negócios e transportando riquezas. Todo esse material precisa de proteção e há aí uma nova oportunidade em projetos como o BR do Mar.

O programa federal de incentivo à cabotagem vai ampliar a demanda de transporte entre os portos. Entre os ganhos ao país estão uma movimentação maior no mercado de frete e a possível entrada de novos players, melhoria nos custos (um exemplo é o modal aquaviário), aumento da frota de navios e, consequentemente, maior demanda para a indústria de construção naval.

Há uma relação direta deste incremento na economia com a indústria de seguros. As dificuldades começam a ficar para trás. Os números oficiais com aumento de produção e consumo chegam às seguradoras e ao número de contratações de apólices. O mercado volta a se expandir.

É um momento de pensar diferente e ir além. Esta é uma grande oportunidade para aliarmos a tradição do seguro de transportes às novas demandas, criando coberturas que sejam condizentes com as necessidades de nossos corretores e segurados; novas formas de contratação dos seguros, valendo-se de todo arsenal tecnológico de que dispomos atualmente.

O seguro de transportes protege toda uma cadeia de comercialização entre as pontas de consumo. Parece ser para ele a frase do ex-primeiro ministro britânico Winston Churchill: “Se me fosse possível, escreveria a palavra seguro no umbral de cada porta, na fronte de cada homem, tão convencido estou de que pode, mediante um desembolso módico, livrar as famílias de catástrofes irreparáveis”.

Em transportes, resguardamos todo um país.

(*) Tábata Chinaglia – Sócia da Safety Cargo, consultoria parceira da Austral Seguradora     

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