Cooperação técnica para desenvolvimento de seguros

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As associações de seguradores do Brasil, Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai assinaram em Santiago, no Chile, um acordo de cooperação técnica para fomentar o desenvolvimento de seguros na região, com um conjunto de ações e iniciativas de troca de informações, boas práticas e eventos de capacitação técnica que promovam o desenvolvimento do mercado segurador da América Latina. Os cinco países são integrantes da Comissão Regional Sul da FIDES – Federação Interamericana de Empresas de Seguros.

O presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), Dyogo Oliveira, que preside a Comissão Regional Sul da FIDES destacou a importância desta iniciativa. “Temos desafios e oportunidades semelhantes em nossos países, o que faz deste acordo de cooperação técnica uma alavanca para desenvolvermos o crescimento do mercado de seguros na região Sul”, disse. Ele destacou uma das similaridades dos mercados, como o baixo consumo dos produtos e serviços na região. “No Brasil, apenas automóvel e saúde exibem uma penetração acima de 30%. Outros ramos, como residencial, vida e pequenas e médias empresas são inferiores a 15%”, comentou.

Outros temas relevantes e que terão ganhos com o acordo de cooperação, segundo o presidente da CNseg, são regulação, compliance, ASG e Open Insurance. “Somos o primeiro país a implementar o modelo aberto de seguros e podemos contribuir com os países que certamente seguirão este caminho para se adaptarem a mudança de hábito de consumo trazido pela tecnologia”.

Em ASG, sigla para ações sociais, ambientais e de governança, Oliveira mencionou que o órgão regulador brasileiro, a Susep (Superintendência de Seguros Privados) divulgou uma regulamentação que faz diversas exigências. A gestão dos riscos de sustentabilidade deve ser integrada à estrutura de gestão de riscos e aos processos operacionais, em especial no que se refere à precificação e subscrição de riscos, seleção de investimentos e seleção de prestadores de serviços, podendo estabelecer limites para concentração de riscos e/ou restrições para a realização de negócios. O primeiro workshop entre os cinco países ocorrerá em março, no Brasil, disse Oliveira.

Rodrigo Bedoya, presidente da Fides, disse que a iniciativa vem em um momento importante para a região. “Estamos voltando à normalidade pouco a pouco e essa troca de experiência profissional é enriquecedora para compartilharmos as inquietudes dos países e seguirmos avançando no crescimento do setor, com laços de colaboração fortalecidos para fazermos mais negócios”.

Jorge Claude, vice-presidente executivo da Asociación de Aseguradores de Chile, ressaltou que o acordo é de muita valia para os países, que enfrentam desafios e oportunidades semelhantes, principalmente a necessidade de se adaptar às demandas dos consumidores com novos hábitos de consumo. O Chile tem a maior penetração de seguros entre os países aqui representados e pagamos bilhões em indenizações ao ano. Mas um ponto importante para nós é a regulação. Estamos sendo arrastados para ser uma regulação bancária. Temos de ser capazes de conscientizar a todos de que a indústria de seguros é distinta da bancária e tem de ter uma regulação de seguros e não de banco”.

Gonzalo Santos Mendiola, presidente da Asociación Argentina de Companias de Seguros, agradeceu a iniciativa em trabalhar em conjunto. “Estamos num momento único do mundo em transformação. Precisamos elevar a penetração de seguros, entender mais o que o consumidor precisa e temos o desafio de atrair talentos para as companhias. Neste fórum de debates que damos início teremos grande responsabilidade em ajudar as companhias com o treinamento das pessoas”, disse.

Antonio Vaccaro, presidente da Asociación Paraghuaya de Companhias de Seguros, disse que formar pessoas é o grande objetivo. “Temos tido excelentes resultados com grupos de trabalho que ajudam a entender outros mercados e ficarmos um passo à frente dos acontecimentos. É crucial estarmos mais preparados para lidar com os novos riscos e com as mudanças que afetam nosso negócio, como aconteceu com a pandemia. Temos particularidades e podemos contribuir muito com os debates”.

Alejandro Veiroj, da Asociación Uruguaya de Empresas Aseguradoras Uruguai, ressaltou que está ansioso para começar os trabalhos desta parceria técnica. “Temos negócios em comum e estamos entusiasmados com o que acontece no Brasil, um país que lidera o mercado da América Latina”.

Antonio Trindade (foto), presidente da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), afirmou que o momento do acordo é espetacular. “A pandemia trouxe para a população a percepção do tema seguro, e temos de aproveitar este momento para entregar a sociedade produtos que atendam às necessidades. O segmento massificado tem baixa penetração. O de PMEs tem uma tremenda oportunidade de negócios. Temos muita experiência para trocarmos e para avançarmos, juntos, no desenvolvimento do setor”.

Denis Morais, presidente da Federação Nacional de Capitalização (FenaCap), explicou que o setor tem uma grande capacidade de se acoplar a outros produtos e mercados, com diversidade de produtos.  “Temos experiência com produtos de bancassurance para compartilhar. Já trabalhamos com um título ligado à filantropia com apelo ao social, que tem grande oportunidade de crescimento. Bom podermos trocar informações e trazermos o seguro para o lugar de destaque que ele merece na sociedade”.

A capital chilena também foi palco do lançamento internacional da Conferência Hemisférica da Federação Interamericana de Empresas de Seguros (FIDES), que ocorrerá no Rio de Janeiro, em setembro de 2023, e também reuniões da Assembleia Geral da Global Federation of Insurance Associations (GFIA), bem como da reunião do Conselho da Presidência e da Assembleia Geral da FIDES e também da Conferência Anual da International Association of Insurance Supervisors (IAIS).

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