Metade dos consumidores diz ter pouco ou nenhum conhecimento sobre o Open Banking

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Regulamentado em 2019, o Open Banking teve sua fase final de implementação concluída em maio de 2022. No entanto, o brasileiro ainda não tem muito conhecimento sobre o tema. Uma pesquisa realizada pela Boa Vista, empresa de inteligência analítica, mostrou que metade dos consumidores tem pouco ou quase nenhum conhecimento sobre o sistema de compartilhamento de dados financeiros. Enquanto 29% indicaram já ter ouvido falar e ter algum conhecimento. Apenas 21% consideraram conhecer o tema suficientemente.

No entanto, 49% dos respondentes indicaram que pretendem aderir ao compartilhamento de dados via Open Banking. Em contrapartida, 51% se declararam indecisos, e os principais motivos são: receio sobre o sistema de Open Banking (27%); falta de clareza sobre como poderão ter acesso aos benefícios (23%); dúvidas sobre como as informações serão compartilhadas e utilizadas (20%); ocorrência de fraude (20%); e por se tratar de um serviço não obrigatório (10%).

O público com a faixa de idade entre 35 e 44 anos (57%) demonstrou maior pretensão em aderir ao Open Banking. Em relação a classe social, as classes AB (55%) e C (52%) registraram a maior taxa de intenção em aderir o sistema.

O que é o Open Banking?

A pesquisa da Boa Vista também estimulou os entrevistados a opinarem sobre o serviço. Quando questionados sobre o que o que vinha à mente ao pensar em Open Banking, 26% dos consumidores relacionaram o tema ao ato de compartilhamento e 13% ao relacionamento com bancos. Termos como “Banco Digital”, “Troca de Informações” e “Banco Aberto” foram mencionados pelo público. Entre as menções negativas foram citados termos como “Desvantagem” por 33% dos entrevistados, e “Invasão de privacidade”, apontado por 22%.

Os consumidores foram apresentados ao conceito de Open banking e, após a leitura, 70% dos respondentes apontaram o que mais gostaram. Ao apontar o que mais gostaram, a maioria dos consumidores, 21%, mencionou o acesso a opções de crédito mais vantajosas e o relacionamento com instituições financeiras. Na sequência, tanto a liberdade de escolha para o compartilhamento de dados quanto a oferta de produtos e serviços financeiros personalizados foram mencionadas por 14% dos entrevistados. 12% não souberam explicar o que mais gostaram, e 18% ficaram incomodados frente a uma insegurança sobre o tema. Por outro lado, 45% dos respondentes indicaram ter receio da ocorrência de fraudes, diante da necessidade de compartilhar e expor os dados financeiros para as demais Instituições.

“O Open Banking é uma inovação regulatória que permitirá aos correntistas de um banco disponibilizar seus dados para as instituições financeiras concorrentes. A medida busca disponibilizar para o consumidor com histórico de pagamentos em dia, ofertas de empréstimos com juros mais baixos, melhores condições em cartões de crédito e seguros, entre outros produtos bancários. No entanto, o sucesso do Open Banking depende do uso de avançadas técnicas de analytics, como as que a Boa Vista oferece ao mercado. Isso porque nada impede, em um exemplo, que um consumidor que tenha contas em dia em um banco, mas não tenha um histórico tão bom em um segundo banco, disponibilize apenas as informações do primeiro – a regulamentação do Open Banking dá esta opção ao cliente”, complementa o VP de Negócios da Boa Vista, Lucas Caiche Guedes.

Crédito com melhores condições é motivador

O estudo da Boa Vista também abordou em quais situações os entrevistados autorizariam o compartilhamento de dados. Quase a metade dos consumidores, 48%, admitiu estar disposta a ceder seus dados caso consigam melhores condições na contratação de crédito. Em linha com este apontamento, o cartão de crédito registrou 57% das menções, seguido de empréstimo pessoal (49%), financiamento imobiliário (44%) e financiamento de automóvel (42%).

Para 31% dos consumidores obter melhores limites de crédito, seja por meio do cartão de crédito, seja por limite do cheque especial, seja por linhas de crédito, é a principal motivação para compartilhar seus dados com outras instituições financeiras. Na sequência, a expectativa de receber produtos e serviços personalizados foi citada por 15% dos respondentes.

Quando questionados sobre quais instituições compartilhariam seus dados financeiros, 65% dos consumidores afirmaram que cederiam suas informações para instituições financeiras com as quais já possuem algum tipo de relacionamento. Já cerca de um terço dos entrevistados declararam que não compartilhariam dados com corretoras de valores.

Metodologia

A Pesquisa sobre Open Banking, elaborada pela Boa Vista, teve como objetivo identificar o nível de conhecimento espontâneo do consumidor brasileiro com relação ao tema e apresentar o conceito para entender os pontos fortes e fracos com relação ao serviço. O levantamento entrevistou 735 consumidores das principais regiões do país. Para leitura geral dos resultados, deve-se considerar 95% de grau de confiança e margem de erro de 3,5 pontos percentuais, para mais ou para menos. As informações conceituais sobre o Open banking foram extraídas do Banco Central.

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