MITOS E VERDADES DA PREVIDÊNCIA

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Os desequilíbrios da Previdência Social e sua esperada Reforma ainda são temas que geram muitas dúvidas e estiveram no centro dos debates durante o IMPROVE, evento promovido pela seguradora Zurich. O CEO da companhia no Brasil, Edson Franco (foto), fez uma apresentação traçando um panorama do atual momento do sistema previdenciário brasileiro e as perspectivas para os próximos anos.

Durante o evento, o executivo destacou a relação entre discursos que não refletem a realidade e falta de informações corretas. Para ele, há uma espécie de Mitos e Verdades da Previdência. Um exemplo claro diz respeito ao atual déficit – R$ 268,8 bilhões em 2017 – referente ao INSS e à Previdência dos servidores públicos federais. “Ouvimos discursos enfatizando que se resolvermos questões relacionadas ao déficit do setor público, resolve-se automaticamente o problema da previdência. E não é verdade. Ainda que exista injustiça social na diferença de modelos entre o INSS e a previdência dos servidores públicos, o real problema está na projeção do déficit futuro do INSS dada a tendência de envelhecimento da população. Hoje temos 8,4 trabalhadores ativos para cada inativo. Em 2060 serão dois ativos para cada inativo. Não tem como essa conta fechar”, ressalta.

Outra informação bastante disseminada e que, segundo Franco, não condiz com o real é que a idade mínima proposta na Reforma prejudicaria os trabalhadores de classes menos favorecidas. “A maioria dos profissionais que se aposentam hoje com salário mínimo já o fazem em função da idade mínima de aposentadoria. Geralmente, essas pessoas começaram a trabalhar muito cedo, mas na informalidade, não tendo como comprovar e, portanto, se aposentar por tempo de contribuição”, afirma.

Para o executivo, os desafios do sistema previdenciário são estruturais e uma reformulação é imprescindível e inadiável. Porém, independentemente da Reforma, o segmento de previdência complementar deve continuar inovando e crescendo no país. E essa expansão está relacionada com a perspectiva de uma conscientização maior do brasileiro sobre a necessidade de formação de uma poupança previdenciária complementar.

Estudo recente divulgado pela Zurich, em conjunto com a Universidade de Oxford, apontou o brasileiro como o povo mais vulnerável em relação a reservas pessoais, entre os 11 países pesquisados. 72% dos entrevistados afirmaram que poderiam sobreviver financeiramente somente por até seis meses em caso de perda de renda, enquanto 28% não teriam como custear seus gastos por mais de um mês.

“A população precisa enxergar que a proteção da própria renda também faz parte de um planejamento financeiro responsável. Por tudo que já foi exposto em relação ao sistema previdenciário brasileiro, a fonte governamental não será sustentável para garantir a totalidade dos rendimentos da população no futuro”, conclui.

O IMPROVE foi realizado  em São Paulo e reuniu mais de 180 profissionais, entre gestores e engenheiros de risco, bem como corretores e parceiros da seguradora.

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