Saúde Bucal no Brasil: um panorama entre os setores público e privado

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Mesmo com o maior número de profissionais em atividade no mundo, Brasil ainda registra baixo acesso aos cuidados odontológicos

De acordo com dados do Conselho Federal de Odontologia (CFO), o Brasil é o país com o maior número de dentistas em atividade. O país registra um total de mais de 362 mil cirurgiões-dentistas. Em volume geral, o mercado dental brasileiro é o terceiro do mundo, atrás apenas dos EUA e China. 

Apesar de estar à frente de potências mundiais em número de dentistas disponíveis no país, a deficiência no atendimento à população é uma realidade. De acordo com o pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 11% da população nunca visitou um dentista, entre eles 2,5 milhões de adolescentes; mais de 8 milhões de brasileiros com mais de 30 anos já usam prótese e 3 a cada 4 idosos não possuem nenhum dente. Ainda de acordo com o Instituto, somente 13% da população possui plano odontológico e a verba destinada ao sistema público não chega nem a metade quando comparada ao sistema privado de saúde – R$ 1,4 bilhão e R$ 3,1 bilhões, respectivamente. 

 “Quando avaliamos o panorama da saúde bucal no Brasil, percebemos que vivemos uma dicotomia. De um lado, um número enorme de profissionais disponíveis no mercado – seja ele público ou privado – e, de outro, uma grande parcela da população sem atendimento”, revela Fábio Nogi, Gerente da Unimed Odonto.

Como promover a saúde bucal no Brasil?

Mesmo com recursos longe do valor ideal, o SUS ainda consegue transformar a vida de milhões de brasileiros. Desde a sua implantação em 1990, o sistema já deu grandes passos. Um dos principais se chama “Brasil Sorridente”, programa criado no ano de 2004, e que se tornou a maior política pública de saúde bucal do mundo. 

O objetivo da odontologia na saúde pública é democratizar o acesso aos serviços utilizando três pilares: equidade, universalização e integralidade. Os profissionais são responsáveis por mais do que um simples atendimento ao povo, eles fazem atividades educativas, indo às escolas para mostrar a importância de cuidar da saúde bucal, e ações de prevenção de doenças, como o câncer de boca. 

Já no setor privado, por longas décadas, apenas pessoas pertencentes à classe alta tinham a possibilidade de tratar dos dentes. Mas isso mudou, nos últimos anos aconteceu a popularização dos convênios. “Em 2021, aproximadamente 1,28 milhão de brasileiros passaram a contar com planos exclusivamente odontológicos. Isso significa um aumento de 4,9% de beneficiários e o setor passa a atender 27,2 milhões de pessoas no Brasil. De qualquer forma, é importante observar que, apesar do crescimento contínuo, ainda existe um enorme potencial de expansão”, observa Nogi.

A importância na saúde bucal como um todo

Pessoas com a saúde bucal em dia possuem menos riscos de desenvolverem doenças dos mais diversos tipos, não apenas relacionadas à boca. Isso acontece porque as bactérias presentes na cavidade bucal entram na corrente sanguínea e se alojam em outras regiões do corpo, inclusive no coração. 

Uma vez em um dos principais órgãos, essas bactérias auxiliam no desenvolvimento da endocardite bacteriana, que tem o poder de causar danos irreversíveis ao coração e, em alguns casos, até a morte do paciente. Segundo o Instituto do Coração, 45% das doenças cardíacas têm relação com infecções bucais. Muito além da questão estética, manter a saúde bucal em dia é essencial para não colocar todo o organismo em risco.

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