A população de baixa renda também está contratando mais seguros neste ano, acompanhando o sentimento de aversão a risco predominante nas classes média e alta. É o que revela levantamento da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), ao se debruçar sobre números do ramo de microsseguros e constatar alta na demanda dos produtos de riscos pessoas e danos materiais voltados para os mais pobres.
Nos primeiros cinco meses do ano, a receita aumentou 47,4% sobre o mesmo período de 2021. As indenizações acumuladas no ano até maio subiram 48,3% sobre os valores pagos nos primeiros cinco meses de 2021. O crescimento dos microsseguros se deve à retomada de empregos e ocupações dos mais pobres no País, (mesmo sem recuperação da renda); maior oferta de produtos pelos canais digitais; impactos difusos das ações educativas em seguros, além de preços, capitais segurados e coberturas mais adequados. Também as inovações advindas do sandbox regulatório da Susep e o novo marco regulatório dos microsseguros, aprovado no ano passado, são fatores em prol da expansão.
“As pessoas mais vulneráveis passaram a entender que o seguro protege sua família e seu patrimônio. Essa percepção ampliada favorece a contratação dos microsseguros e, em consequência, reduz as lacunas de proteção naturalmente maiores na população de baixa renda. O setor segurador tem se empenhado em ampliar o acesso a todos da sociedade, procurando adequar as coberturas às necessidades e perfil dos consumidores, além buscar mais canais de distribuição como a rede de varejo”, afirma a diretora executiva da CNseg, Solange Beatriz Palheiro Mendes.
No mercado, estão disponíveis as mais variadas coberturas nas duas modalidades de microsseguros, como despesas com funeral, microsseguro de danos residencial, incluindo serviços de assistência 24h, prestamista, oferta de cesta básica, além de uma linha de garantias facultativas, como Diária de Internação Hospitalar (DIH) – consiste no pagamento de indenização proporcional ao período de internação hospitalar do Segurado- ou Diária de Incapacidade Temporária (DIT), por exemplo.
Para Solange Beatriz, o microsseguro cumpre um papel social mais proeminente que as demais modalidades de seguro, por ampliar a resiliência dos mais pobres. “Todos sabem que a perda de um bem ou de um ente querido nessa faixa de público é muito mais impactante do que naquelas faixas intermediárias ou ricas da população”, afirmou.