A sigla da moeda no mundo corporativo é em inglês ESG, ou ASG em português — Ambiental, Social e Governança. Apesar de ser uma onda recente de responsabilidade social corporativa no Brasil, tal preocupação no Japão é pauta prioritária desde o início do século do grupo MS&AD Insurance Group.“Estamos cada dia mais preocupados com a preservação do meio ambiente, com o combate a discriminação de cor, gênero e religião e com a defesa de políticas de governança responsáveis”, contou Masayuki Nagano, presidente da subsidiária brasileira Mitsui Sumitomo Seguros.
Com uma visão única da crise climática, ao longo de suas muitas décadas de apoio a comunidades, empresas e economias em face de eventos climáticos cada vez mais severos e frequentes, a indústria global de seguros, que vende mais de US$ 5 trilhões por ano para proteger governos, empresas e famílias, tem um papel crítico a desempenhar. Sendo uma das maiores seguradoras do mundo e a principal do Japão, com ativos de US$ 216 bilhões, o grupo MS&AD Insurance Group, tem grande poder para impulsionar os aspectos ASG no mundo. Os três pilares desta estratégia são: melhorar a qualidade dos produtos e serviços; aprimorar a qualidade dos produtos e serviços disponibilizados a sociedade e avançar nas políticas de respeito pelos direitos humanos. “Construir uma sociedade resiliente e sustentável está no centro da nossa estratégia”, afirma Nick, como é chamado pela equipe local.
Os esforços já empreendidos germinaram e colocam o grupo como o décimo primeiro grupo no ranking de empresas de seguros preocupadas com os aspectos ESG, divulgado neste ano pela organização sem fins lucrativos ShareAction. Nenhuma das 70 seguradoras, que supervisionam um total de US$ 22 trilhões em ativos, recebeu a nota máxima pela ShareAction. A Mitsui Sumitomo é a 11a do ranking. A pontuação para todas as indústrias participantes da pesquisa vai de 87.5 a zero. Seguros atingiu 47,5. A Mitsui 19,9. É a primeira seguradora do Japão citada no ranking, com nota C, ou seja, está no caminho da construção de pontes para a construção de uma sociedade mais resiliente.
A abordagem da indústria de seguros para o investimento responsável e a subscrição ainda tem muito a avançar, segundo a publicação. Quase metade (46%) das seguradoras pesquisadas recebeu a classificação mais baixa (E), com outros 17% recebendo a classificação D. Nenhuma seguradora recebeu classificação AA ou AAA. O desempenho é mais forte na governança geral em comparação com as áreas de mudança climática, biodiversidade e direitos humanos. O progresso, cita o consultor do ranking, está nas boas práticas de investimento e com boa expectativa de melhoras na subscrição de riscos, com mais iniciativas que devem melhorar o desempenho do setor para os próximos anos no tema ESG.
No Brasil, conta o executivo, o grupo espero poder contribuir em todos os itens, social, ambiental e de governança com a sociedade brasileira. “Temos nos preocupado com a construção do digital, da equidade de gêneros e na oferta e subscrição de seguros para grandes, médias e pequenas empresas, como também em toda a cadeia do seguro automóvel, com prevenção de fraudes e descarte correto de bens resultantes de acidentes envolvendo nossos segurados”.
Para ir além das expectativas, o grupo participa de diversas iniciativas nacionais e globais, entre elas Princípios de Investimento Responsável das Nações Unidas (UN PRI), Princípios Financeiros do Século 21, fazer parte dessas iniciativas nos permite sentir uma mudança na tendência global e nos dá uma visão mais profunda sobre o investimento responsável. O grupo japonês foi um dos primeiros apoiadores do UN PRI, publicado em abril de 2006, com o objetivo de melhorar os resultados de investimento de longo prazo para clientes e beneficiários finais. A ideia é que os investidores institucionais devem primeiro estabelecer um bom entendimento das questões ESG e então incorporar no processo de investimento.
Há uma agenda global, divulgada em 2015, para o desenvolvimento sustentável até 2030, orientada por 17 objetivos macros, 169 metas estruturantes e 241 indicadores referenciais que juntos têm, literalmente, o desafio de transformar o mundo. Foi aceita pelos 193 países que compõem a Organização das Nações Unidas, dentre eles o Brasil. “Nossos esforços são relevantes para alcançarmos muito antes de 2030 um mundo mais economicamente próspero, socialmente justo e ecologicamente preservado”, finaliza o presidente da Mitsui Sumitomo no Brasil.