A Nova Era da Contabilização dos Contratos de Seguros

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Palestrantes discutem a efetividade do registro de documentos e os sistemas de mercado que facilitam o mecanismo

A Academia Nacional de Seguros e Previdência – ANSP realizou a segunda parte da palestra sobre “IFRS-17 – A Nova Era da Contabilização dos Contratos de Seguros – Ferramenta” em mais uma edição do Café com Seguro. A live foi apresentada pelo diretor da entidade, Edmur de Almeida e pelo presidente, João Marcelo dos Santos. Contou com as participações dos Acadêmicos Magali Zeller e Anderson Silva e do executivo Francisco Baquero, que foi o palestrante da noite.

Em sua apresentação, o líder de operação Latino-Americana da ADDACTIS, Francisco Baquero, relembrou os principais conceitos da norma, como o agrupamento da carteira, componentes e limites do contrato, e medição e reconhecimento. Os contratos são agrupados de acordo com três dimensões: risco – contratos sujeitos a riscos similares e administrados em conjunto; temporalidade – contratos agrupados em corte anual; rentabilidade – contratos consistentes em termos de rentabilidade no reconhecimento inicial. São classificados como onerosos, (perda esperada), rentável (sem risco de se tornar oneroso) ou rentáveis (com uma probabilidade significativa de se tornarem onerosos).

O executivo também compartilhou especificidades dos três principais modelos de abordagens de medição e projeções de fluxo de caixa. “Com o ajuste de risco é possível avaliar quatro medidas de risco diferentes. É necessário identificar qual é a mais adequada e vantajosa para cada tipo de situação”, orientou. A metodologia de cálculo da margem de serviço contratual, custos de aquisição e ajustes de fluxos de caixa de entrada e saída também foram temas de destaque no painel.

Segundo o atuário, para efetuar esses procedimentos é recomendável dispor de soluções tecnológicas que atendam a quatro demandas importantes: em primeiro lugar é necessário ter uma ETL, uma ferramenta de gestão de dados, com a qual seja possível transformar extrair recarregar todos os dados da maneira que for necessário; para agrupar os contratos é necessário ter um sistema robusto, que faça todas as transformações necessárias para identificar grupos de risco; também é necessário dispor de uma solução eficaz para construção de projeção dos fluxos e outra para a elaboração de previsões técnicas.

“É importante ressaltar que para se fazer o agrupamento dos contratos é necessário ter uma ferramenta muito potente, que permita a realização de todas as transformações necessárias para identificar os grupos de riscos e facilitar a construção de projeção dos fluxos. E que após as etapas de modelagem atuarial e de construção de modelos estatísticos, disponibilize os dados com a estrutura adequada para a construção dos modelos”, indicou.

Na visão do especialista, todas as soluções já citadas são importantes para as modelagens, mas acima de tudo é fundamental dispor de uma plataforma que centralize todo o processo, além de um dashboard que as reúna tudo em um só lugar.

Durante o painel, orientações sobre fluxo de caixa atuariais e divulgações contábeis dos resultados construídos com as modelagens atuariais também foram demonstrados, assim como todas as etapas do processo de registro de documentos e os sistemas de mercado que facilitam a implementação das IFRS 17. “É muito importante que todas as áreas estejam envolvidas de maneira transversal desde o início de um projeto. O resultado final do trabalho de projeções financeiras e atuariais refletirá na consolidação contábil e na divulgação, reforçou.

Finalizando sua apresentação o executivo mostrou, ainda, exemplos de fluxograma e o esquema geral para implementação de uma solução tecnológica. “É imperativo ter um planejamento e a direção geral das empresas envolvidas para se obter sucesso na implementação das IFRS-17, pois esse é um trabalho executado em conjunto por distintos departamentos da companhia”, concluiu.

Segundo Bloco

Na segunda parte do painel, a atuária e coordenadora da cátedra de ciência atuarial da ANSP, Ac. Magali Zeller, e o auditor atuarial para Seguros e Previdência, Ac. Anderson Silva, contribuíram com suas reflexões e questionamentos que fomentaram o debate. Em sua fala, Silva endossou o parecer do palestrante em relação à funcionalidade das soluções tecnológicas para a efetividade do processo e falou sobre a necessidade de organização por parte das empresas para realizarem a implantação em tempo. “Nota-se que o processo leva tempo. Tudo isso vai demandar dedicação e comprometimento das seguradoras. Elas têm que botar a mão na massa e realizar as adequações de acordo com suas realidades específicas”, avaliou.

Ac. Magali destacou o papel da ANSP na conscientização dos executivos de alto escalão das seguradoras a respeito da obrigatoriedade de adesão à norma. Também salientou os reflexos que as IRFS 17 terão nos contratos de seguros, principalmente aqueles que têm produtos ligados diretamente a parte financeira. “São os grandes riscos que acabam sendo os mais impactados e há necessidade de saber se o contrato está dando lucro ou não. Hoje em dia quando pegamos um contrato já temos que saber qual é o resultado, se ele é lucrativo ou oneroso, e qual vai ser o equilíbrio dessa apólice dentro da empresa”, explicou

Assista a live completa no canal da ANSP

https://www.youtube.com/watch?v=glakyqhsEe4

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